VARIG: os funerais de Mamãe Grande
Devedora de incríveis R$ 10 bilhões, com patrimônio líquido negativo e sem crédito mesmo no armazém da esquina, a VARIG pleiteia o ervanário oficial, cobiça a abertura das burras do Erário e promove uma falsa campanha de comoção nacional em seu patético e prolongado velório.
Não me comovem as lágrimas das aeromoças nem o estardalhaço dos aposentados que recebem gordas pensões do pecúlio para o qual apenas a empresa colaborava. A defunta sempre foi, em verdade, a mãe de todos os mamadores, uma espécie de Mamãe Grande da aviação comercial brasileira, prebendaria, promíscua e mordômica.
Somente em um país onde se achasse normal o escândalo do mensalão e o desvio de bilhões de reais dos cofres públicos, seria possível colocar um centavo no caixa de uma das empresas mais incompetentes de nossa história. Felizmente, o Brasil tem mudado e já existe a consciência de que o mercado irá se encarregar do previsível destino da pranteada.
Existem alguns absurdos que precisam ser lembrados para que não se desviem dinheiros públicos para aquela empresa moribunda: conservou em seus quadros por dois anos mais de uma centena de pilotos do Jet Class, após a retirada de tal avião de suas rotas. Gastou mais de US$ 6 milhões em caviar em 2005, quando se rareavam os passageiros de sua primeira classe mas se abastecia o mercado negro das apreciadas ovas de esturjão entre os grã-finos do Rio e de São Paulo. Criou e mantém uma burocracia formada por filhos, pais e avôs, uma oligarquia improdutiva e reacionária, que comanda a empresa e dela se apropria desde os seus primórdios, numa cultura administrativa atrasada e racista.
A VARIG possui o maior patrimônio líquido negativo entre as empresas de capital aberto da América Latina. E, pior, se aí se acrescentam as 1.200 maiores empresas dos Estados Unidos, a agonizante linha aérea voa direto, sem escalas, para o quinto lugar! Trocando em miúdos, ou fazendo um vôo rasante: é preciso muita incompetência, má-fé ou desonestidade (ou as três coisas juntas) para se conseguir chegar a uma cifra assustadora e vergonhosa como essa.
Como pode ser viável uma empresa assim? Que saída tem uma organização que decai a olhos vistos enquanto suas concorrentes, a TAM e a GOL, notadamente, crescem em proporções superiores aos 20 e 30% ao ano? Pode ser salva uma empresa que rasteja quando o setor passa por uma de suas melhores fases nas últimas décadas? Para quê manter a burocracia pesada, a estrutura paquidérmica, a cultura nazi-fascista, se elas de nada interessam ao Brasil e aos brasileiros? Que são 11 mil funcionários mal acostumados diante de 180 milhões de cidadãos carentes de escolas, hospitais, estradas? Há, uma drama humano, sem dúvidas. Ele emociona, sim. Mas estatisticamente não é nada – essa é a verdade.
Ando escutando - entre deliciado e pasmo – as manifestações mais inusitadas, bisonhas e risíveis sobre uma empresa que deve muito mais ao Brasil e aos brasileiros do que os bilhões devidos à Previdência Social, ao Imposto de Renda, à Petrobrás e à Infraero... Nos deve os anos em que foi a “dona dos céus” e nos cobrava os olhos da cara, sem concorrência alguma e com monopólio absoluto, transformando o sonho de uma viagem ao exterior em autêntico pesadelo. Nos deve o assassinato da saudosa Panair do Brasil, friamente premeditado pela ditadura militar e o Sr. Ruben Berta, presidente da VARIG. Nos deve a forma arrogante da maioria absoluta de seu corpo funcional, autênticos bozós que até ontem humilhavam os passageiros sem dó nem piedade. Nos deve os acordos que fez com a Infraero e não pagou. Com a Previdência Social e não pagou. Com a Petrobrás e não pagou. Com os demais credores e...
Devedora de incríveis R$ 10 bilhões, com patrimônio líquido negativo e sem crédito mesmo no armazém da esquina, a VARIG pleiteia o ervanário oficial, cobiça a abertura das burras do Erário e promove uma falsa campanha de comoção nacional em seu patético e prolongado velório.
Não me comovem as lágrimas das aeromoças nem o estardalhaço dos aposentados que recebem gordas pensões do pecúlio para o qual apenas a empresa colaborava. A defunta sempre foi, em verdade, a mãe de todos os mamadores, uma espécie de Mamãe Grande da aviação comercial brasileira, prebendaria, promíscua e mordômica.
Somente em um país onde se achasse normal o escândalo do mensalão e o desvio de bilhões de reais dos cofres públicos, seria possível colocar um centavo no caixa de uma das empresas mais incompetentes de nossa história. Felizmente, o Brasil tem mudado e já existe a consciência de que o mercado irá se encarregar do previsível destino da pranteada.
Existem alguns absurdos que precisam ser lembrados para que não se desviem dinheiros públicos para aquela empresa moribunda: conservou em seus quadros por dois anos mais de uma centena de pilotos do Jet Class, após a retirada de tal avião de suas rotas. Gastou mais de US$ 6 milhões em caviar em 2005, quando se rareavam os passageiros de sua primeira classe mas se abastecia o mercado negro das apreciadas ovas de esturjão entre os grã-finos do Rio e de São Paulo. Criou e mantém uma burocracia formada por filhos, pais e avôs, uma oligarquia improdutiva e reacionária, que comanda a empresa e dela se apropria desde os seus primórdios, numa cultura administrativa atrasada e racista.
A VARIG possui o maior patrimônio líquido negativo entre as empresas de capital aberto da América Latina. E, pior, se aí se acrescentam as 1.200 maiores empresas dos Estados Unidos, a agonizante linha aérea voa direto, sem escalas, para o quinto lugar! Trocando em miúdos, ou fazendo um vôo rasante: é preciso muita incompetência, má-fé ou desonestidade (ou as três coisas juntas) para se conseguir chegar a uma cifra assustadora e vergonhosa como essa.
Como pode ser viável uma empresa assim? Que saída tem uma organização que decai a olhos vistos enquanto suas concorrentes, a TAM e a GOL, notadamente, crescem em proporções superiores aos 20 e 30% ao ano? Pode ser salva uma empresa que rasteja quando o setor passa por uma de suas melhores fases nas últimas décadas? Para quê manter a burocracia pesada, a estrutura paquidérmica, a cultura nazi-fascista, se elas de nada interessam ao Brasil e aos brasileiros? Que são 11 mil funcionários mal acostumados diante de 180 milhões de cidadãos carentes de escolas, hospitais, estradas? Há, uma drama humano, sem dúvidas. Ele emociona, sim. Mas estatisticamente não é nada – essa é a verdade.
Ando escutando - entre deliciado e pasmo – as manifestações mais inusitadas, bisonhas e risíveis sobre uma empresa que deve muito mais ao Brasil e aos brasileiros do que os bilhões devidos à Previdência Social, ao Imposto de Renda, à Petrobrás e à Infraero... Nos deve os anos em que foi a “dona dos céus” e nos cobrava os olhos da cara, sem concorrência alguma e com monopólio absoluto, transformando o sonho de uma viagem ao exterior em autêntico pesadelo. Nos deve o assassinato da saudosa Panair do Brasil, friamente premeditado pela ditadura militar e o Sr. Ruben Berta, presidente da VARIG. Nos deve a forma arrogante da maioria absoluta de seu corpo funcional, autênticos bozós que até ontem humilhavam os passageiros sem dó nem piedade. Nos deve os acordos que fez com a Infraero e não pagou. Com a Previdência Social e não pagou. Com a Petrobrás e não pagou. Com os demais credores e...
Existe, ainda, a premente necessidade de se responsabilizar criminalmente os que levaram a velha empresa ao buraco do qual jamais sairá: Rubel Thomaz, Fernando Pinto, Yutaka Ymagawa, David Zylberstajn, Georges Ermakoff e outros de igual periculosidade social e incompetência administrativa. Devem, nas barras da justiça, pagar pelo mal que fizeram.
Chupins como Gerald Thomas e outros contumazes viajantes gratuitos andam dizendo que a defunta é um patrimônio nacional. O incauto ministro da defesa Waldir Pires, o pior governador que a Bahia já teve, barroco e parnasiano, repete o mantra malandro. Estão enganados – se não estiverem, deliberadamente, mentindo. Patrimônio nacional são o samba, a feijoada, o som de Tom Jobim e os traços geniais de Cândido Portinari, os requebros de Carmem Miranda e ao atabaques do Gantois, os versos de Drummond e as bachianas de Villa-Lobos. Uma empresa quebrada, que serviu à espionagem nazista na segunda guerra e quer bater a carteira de um país carente, não é patrimônio de ninguém, nem dos que tentam – desesperados e arrogantes – salvá-la de uma morte anunciada.
Chupins como Gerald Thomas e outros contumazes viajantes gratuitos andam dizendo que a defunta é um patrimônio nacional. O incauto ministro da defesa Waldir Pires, o pior governador que a Bahia já teve, barroco e parnasiano, repete o mantra malandro. Estão enganados – se não estiverem, deliberadamente, mentindo. Patrimônio nacional são o samba, a feijoada, o som de Tom Jobim e os traços geniais de Cândido Portinari, os requebros de Carmem Miranda e ao atabaques do Gantois, os versos de Drummond e as bachianas de Villa-Lobos. Uma empresa quebrada, que serviu à espionagem nazista na segunda guerra e quer bater a carteira de um país carente, não é patrimônio de ninguém, nem dos que tentam – desesperados e arrogantes – salvá-la de uma morte anunciada.
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