tag:blogger.com,1999:blog-182155292024-03-13T04:42:18.436-07:00www.ruynogueira.blogspot.comRuy Nogueira, publicitário, tem 43 anos, nasceu em Minas Gerais e vive em São Paulo.Unknownnoreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1152335831952400942006-07-07T22:15:00.000-07:002006-07-07T22:17:11.966-07:00<div align="center"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong><em>*</em></strong></span></div><div align="center"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong><em>*</em></strong></span></div><div align="center"><span style="font-size:130%;"><strong><em>Novo endereço - Conteúdo atualizado</em></strong></span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="center"><a href="http://www.ruynogueira.com.br"><strong><span style="font-size:180%;color:#3333ff;">www.ruynogueira.com.br</span></strong></a></div><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1151904133289876932006-07-02T22:12:00.000-07:002006-07-02T22:24:52.783-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong>ITAMAR FRANCO, ESSA MALA</strong></span></div><div align="left"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="left"><span style="color:#ffffff;">*</span><br /></div><div align="right"><em>"Se Itamar Franco fosse um objeto,</em></div><div align="right"><em>seria melhor perdê-lo do que achá-lo”</em></div><div align="right"><strong>Sérgio Barleben</strong></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>A convenção do PMDB de Minas Gerais, em muito boa hora, impôs vexatória derrota ao decadente Itamar Franco, impedindo-o de disputar o senado nas eleições de outubro. É bem verdade que em seu lugar o candidato será o inefável Newton Cardoso, o "Newtão", um simpático indivíduo que tem o péssimo hábito de confundir o dinheiro público com sua imensa fortuna pessoal...</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Mas Itamar Franco é um eterno incompreendido. Chego a pensar que toda a humanidade está errada, mas ele, tal qual uma personagem fronteiriça de Lima Barreto, é quem está certo. Desafiando a lógica, desprezando antigos e consagrados conceitos, seguindo um, digamos, raciocínio particularíssimo, tal qual um Forest Gump jeca, chegou à presidência da sereníssima República e governou Minas Gerais. “Governou” é força de expressão, é licença poética, pois ele não governa nada, coisa alguma, sendo um diletante em tempo integral, atazanando a vida dos que querem fazer e construir.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Itamar é um dos melhores exemplos de como o Brasil tem insopitável vocação para glorificar a mediocridade, premiar a inoperância, louvar a incompetência. Com seu topete fora de moda, seus terninhos comprados na lojinha “Miami”, em sua cidadezinha, seu gosto duvidoso em se referir aos conterrâneos como “montanheses”, as costeletas ridículas que chegou a adotar, como se seu inacreditável topete já não fosse o suficiente para servir-lhe de moldura ridícula.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Quando embaixador na Itália não teve vida social em Roma, não apreciou o Doria Pamphilli, nem conseguiu dominar o idioma de Dante. Nesse ponto, e só nesse, ele está desculpado: como falaria um belo e razoavelmente complexo idioma se mal fala o português?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>O ex-embaixador em Roma é uma personagem que, mirada pela grande angular da moderna psicanálise, pode ser esmiuçada, patologicamente esquadrinhada, enfim, deixar as coxias e os camarins e, como uma tardia Elvira Pagã de Juiz de Fora, deleitar-nos com um strep-tease onde transpareça, além da ranhetice e da sabida improdutividade, sua verdadeira persona.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Itamar, na acurada análise de um psiquiatra amigo meu, tem permanente necessidade de afirmar-se como mineiro, recorrendo aos símbolos do Estado, para compensar o fato de ter nascido em um navio, em pleno litoral baiano, quem sabe em meio a uma daquelas tempestades tropicais que sacolejavam os vapores da Costeira e levavam o pavor aos humildes passageiros que haviam tomado um Ita no norte pra ir no Rio morar.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Mineiro ele não é. Nem nunca será. Se os próprios mineiros se encarregaram de criar e propagar uma idéia que se tornou verdade absoluta, a da sapiência intelectual e da matreirice política de que são dotados, como acreditar que um político que roça a mediocridade, homem provinciano (pior, municipal...) e administrador sofrível, possa transformar-se de um dia para outro em ícone do estado que é berço de Antônio Carlos (não o malvado babalorixá ACM, mas a “Raposa das Alterosas”), Milton Campos, JK, Bias Fortes, Gustavo Capanema, Tancredo Neves, Cristiano Machado, Santiago Dantas, Magalhães Pinto ?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Essa exacerbada mineiridade é uma forma de encontrar um ponto cardeal, que lhe faltará sempre, tanto na questão telúrica quanto na emocional. E aí, justamente aí, reside o drama de Itamar Franco.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>A questão comportamental é a faceta mais violenta da personalidade do ex-governador das Minas Gerais. Ele é capaz de tudo – embora não seja um homem desonesto, pelo contrário. Mas ele se presta a papéis que vão das raias da demência ao mais completo ridículo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Lembro-me bem que na campanha de 82, percorrendo o sul de Minas com o Dr. Tancredo Neves, num dia particularmente exaustivo, chegamos em um aviãozinho em Poços de Caldas e descemos a Mantiqueira visitando uma dezena de pequenas cidades até terminar a noite em Santa Rita do Sapucaí. Na casa senhorial dos Moreira, herdada pelo udenista Bilac Pinto, fomos recebidos por um simpático casal, Beatriz e Coriolano Beraldo. Uma mesa farta, daquelas que a hospitalidade dos mineiros costuma oferecer aos que visitam suas casas, nos esperava, e também a notícia de que o Senador Itamar Franco, em campanha na Zona da Mata, havia reclamado do voto vinculado e feito referências pouco elogiosas ao candidato de seu partido ao governo estadual. Tancredo, um dos políticos mais elegantes, respeitosos e convenientes que conheci em minha vida, um autêntico cavalheiro, segurou no ar a xícara de café e, com expressão grave, disparou o único impropério que escutei em quase um ano de estreita convivência: “Esse, é um filho da puta”. O silêncio foi total. Depois um comício grandioso, onde Tancredo eletrizou a multidão e pediu votos para Itamar, num exercício de dignidade incomum para o ressentido de Juiz de Fora.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Anos depois, na campanha de 94, em viagem pela região de Governador Valadares, numa das zonas mais carentes de Minas, Lula, em sua segunda tentativa de eleger-se presidente e chocado com o uso da máquina em favor de Fernando Henrique, o candidato oficial, disparou para jornalistas que acompanhavam sua “Caravana da Cidadania”: “O Itamar é um filho da puta”. Itamar, presidente da República, ofereceu resposta bisonha: “Não sou filho da puta, minha mãe se chama Itália Franco”.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Na campanha presidencial de 89, quando nosso herói, surpreendentemente, tornou-se o vice na chapa de Fernando Collor de Mello, ele foi a mais carimbada das figurinhas dos bastidores do pleito. Se para o grande público o histriônico Enéas Carneiro e o seu fascistóide Prona, eram motivo da mais absoluta chacota, para a imprensa e o meio político os potins mais deliciosos vinham das porraloquices do nosso Itamar.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Por mais de uma vez renunciou à candidatura. Depois renunciou à renúncia. Brigou porque o jato que o servia não tinha banheiro, enquanto o de Collor tinha um “excelente mictório” – segundo palavras suas – e ficou mais tempo recluso em seu apartamento de Juiz de Fora do que trepado nos palanques Brasil afora, naquela que foi a mais frenética e exitosa campanha eleitoral assistida pelos brasileiros desde a que elegeu Jânio Quadros, em 1960.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Desleal, conspirou durante todo o tempo contra o seu companheiro de chapa. Transformou sua suíte no Hotel Glória num permanente palco por onde desfilaram políticos decadentes, lobistas e amiguinhos da colônia mineira. A mesma massa ruim que lhe serviu de base para o governo sofrível que viria a fazer.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Presidente, por obra do impeachment, cometeu barbaridades como a da nomeação de uma jovem e bela engenheira, funcionária da ponte Rio-Niterói, para Ministra dos Transportes. Era de tal forma obtusa, medíocre, desimportante, que ninguém se lembra dela nem de seu nome. Ficou poucos dias no governo e demitiu-se de forma abrupta, na crista de um pequeno escândalo. Comenta-se que a moça, amedrontada com com algum possível interesse do presidente, não desgrudava do maridão, um mal-encarado. Dona Cosette Alves, a inteligente e simpática ex-dona do Mappin, convidada para o Ministério da Indústria e do Comércio, renunciou no dia da posse, arrasada por um implacável artigo do colunista Giba Um, que desnudava tanto a convidada quanto o presidente que teve a péssima idéia de convocá-la para o seu time. Nepotista, nomeou um irmão, absolutamente despreparado e histriônico, para superintendente da previdência social no Rio de Janeiro. É inesquecível a cena, mostrada pelos telejornais da época, em que o esquizóide é enxotado pela população de um posto médico, onde, identificado, protagonizou um bate-boca dos mais baixos possíveis.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Confrontado com a oportunidade histórica de reparar a clamorosa injustiça cometida contra o Capitão Sérgio Macaco, o herói do Parasar que se recusou a tornar-se um terrorista matando brasileiros inocentes por ordem do facinoroso brigadeiro João Paulo Penido Burnier, e foi cassado e aposentado na FAB, Itamar falhou. Falhou de forma covarde, mesquinha, pequena. Sérgio já era um vegetal, pesava pouco mais de 40 quilos, numa cama suportava mais o câncer que terminou por matá-lo do que a omissão de um governo fraco que se recusava a promovê-lo ao brigadeirato. Enquanto desfilava pelo sambódromo com a vulgaríssima Lílian Ramos sem a necessária (?) calcinha, Itamar se igualava aos que cassaram, prenderam e injustiçaram um dos mais notáveis exemplos de patriota e de militar digno, nas palavras sábias do saudoso brigadeiro Eduardo Gomes.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Numa camaradagem que ainda hoje custa caro aos cofres públicos, nomeou cupinchas de raro despreparo para cargos da mais alta responsabilidade. Para nossa Embaixada em Lisboa, enviou uma das figuras mais curiosas, lamentáveis e improdutivas da vida pública brasileira, o José Aparecido de Oliveira. Não se pode dizer, em tal caso, que Itamar não tenha sido coerente e até sábio: que outro posto senão Lisboa para um político menor, provinciano, futriqueiro, inculto e – principalmente – monoglota?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Logo após, reservou para si o Palácio das Mil Flores, uma agradabilíssima e opulenta construção a poucos minutos do centro de Lisboa. Construiu um galinheiro nos fundos do palacete, talvez o fato mais marcante de sua passagem por aquela representação diplomática. Embaixador mais omisso, impossível. Depois uma esticada até a OEA, em Washington. Apesar de ter levado alguns áulicos consigo, até mesmo o seu mordomo, um rapaz jovem e bem-apessoado, de ter importado a, digamos, namorada June Drummond ( paga pela falida Golden Cross, mas isso é outra história), Itamar pareceu um peixe fora d’água e curtiu sua ociosidade comendo pão de queijo e falando com a turma de Juiz de Fora em demoradas e dispendiosas ligações telefônicas internacionais. Nem inglês o preguiçoso se deu ao trabalho de aprender.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Elegeu o seu sucessor na presidência, é verdade. Elegeu, mesmo. Gostem ou não os tucanos. Elegeu por ter dado liberdade a Fernando Henrique e sua equipe para que fizessem o plano real, do qual reivindica a paternidade (ou a maternidade, no dizer do irreverente e saudoso Serjão Motta). E ao levar FHC ao Planalto acreditou que voltaria quatro anos depois, numa troca de favores, numa retribuição entre comadres de Juiz de Fora, num toma-lá-dá-cá que lhe fascina. Não contava com a reeleição, comprada a peso de ouro, num dos capítulos mais sórdidos da história política republicana.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Ficou bravo, esperneou, voltou e tentou ser candidato do PMDB, partido que havia abandonado em 86 pelo PL, numa tentativa frustrada de se tornar governador de Minas Gerais. Do mesmo PMDB que ele havia abandonado em 89 para ser o vice de Collor, no pitoresco PRN. É claro que o partido lhe deu um adeus de mão fechada e ele, raivoso, foi para sua inefável e feia Juiz de Fora e mandou que os amigos votassem em Ciro Gomes. Que perdeu feio em Juiz de Fora... </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Eleito, enfim, governador do Estado, num segundo turno com Eduardo Azeredo, Itamar protagonizou um dos momentos mais deselegantes da história política de Minas: sem compreender a grandeza e a civilidade do gesto do derrotado, que compareceu à sua investidura, pronunciou elegante discurso e desejou-lhe boa sorte, ele sequer olhou para Azeredo, comportou-se como um menino amuado, deixando escapar seu ressentimento, sua índole vingativa, sua ausência absoluta de fraternidade.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Governo desastroso, ineficiente, prosaico. Rasgou contratos, atrasou salários, quebrou o Estado. Sequer teve a coragem de ser candidato à reeleição. Apoiou o jovem Aécio Neves, que demonstrando imenso caráter, tem descascado os inúmeros abacaxis herdados, sem dizer palavra, reconstruindo Minas Gerais, que encontrou devastada pela inépcia de seu antecessor.<br /><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Agora o PMDB mineiro, mesmo que através da figura encardida de Newtão Cardoso, manda para casa esse parasita, que coloca - sempre, sempre, sempre - seus interesses pessoais acima dos interesses públicos. Bem feito, ele merece. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Lula, esse desastre administrativo, que um dia o chamou de filho da puta, nomeou-o embaixador num país importante e faz pouco o cortejou através do cassado José Dirceu. Difícil saber quem é pior.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;"><strong>Leia, também, no </strong></span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="center"><a href="http://www.ruynogueira.com.br"><span style="font-size:180%;"><strong>www.ruynogueira.com.br</strong></span></a> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1151467980101427432006-06-27T19:10:00.000-07:002006-07-02T22:09:51.333-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><em><strong>O Catão da Cracolândia</strong></em></span></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">"Prá posar de vestal tem que ter cabaço"</span></em></div><div align="right"><strong><em><span style="font-size:85%;">Ruth Escobar</span></em></strong></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">**</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A colunista Mônica Bergamo, na edição de hoje da Folha de S. Paulo, publica curiosíssima nota, onde dá conta de inesperada revolta do ex-secretário de comunicação do governo Fernando Henrique e hoje sub-prefeito da degradada sub-região da Sé, o nobilíssimo Andrea Matarazzo. Vale a transcrição pelo inusitado, envolto por certo ar de ridículo e de falsidade: </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em>"Edemar do barulho </em></div><div align="justify"><em><span style="color:#ffffff;">*</span></em></div><div align="justify"><em>Está armada a confusão na Fundação Bienal, que reconduziu o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira para o cargo de conselheiro. Ele está preso em Tremembé. "É um acinte. Todas as pessoas de bem estão furiosas", diz Andrea Matarazzo, que é do conselho. "Vão levar o livro de posse para ser assinado no presídio de Tremembé? Vamos fazer reuniões lá?", pergunta. Matarazzo deve fazer protesto formal ao conselho."</em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">De uma forma absolutamente mesquinha o sub-prefeito da sub-região da Sé resolveu cobrar velhas mágoas tripudiando por sobre um homem vencido, banqueiro falido, preso numa penitenciária antes mesmo de ter sido julgado, personagem central de processo kafkiano onde seus defensores apontam a perseguição de um magistrado que já tentou tomar-lhe a própria casa para transformá-la em um museu. Seis anos depois de ter sido enfrentado por Edemar Cid Ferreira, o Conde Andrea Matarazzo, resolveu tornar pública uma coragem insuspeitada até para os frequentadores do seu círculo íntimo, que poderia ter sido exibida em muitíssimas oportunidades anteriores. Com Edemar solto, por exemplo. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A "coragem" de Andrea Matarazzo vem com mais de meia década de atraso e com o vezo vergonhoso da covardia explícita. É que Edemar peitou o então baronete das verbas de comunicação do governo do príncipe dos sociólogos, pelo desvio de mais de R$ 14 milhões para o pífio pavilhão do Brasil na Feira de Hanover, "operado" por Paulo Henrique Cardoso, primogênito presidencial e notório diletante, em detrimento da Mostra do Redescobrimento, o maior evento cultural brasileiro nos últimos 50 anos, belíssima realização do ex-banqueiro. Há, também, o componente da inveja que atormenta boa parte do society paulistano, que não perdoa a ousadia de Edemar, que com todos os seus pecados, escreveu seu nome na história do mecenato e da cultura brasileira, ao lado de Ciccilo Matarazzo, Yolanda Penteado, Assis Chateaubriand e Niomar Muniz Sodré.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A "indignação" do Catão da Cracolândia se manifesta frente a um vencido, trancafiado na penitenciária do Tremembé, sem condições de defender-se ou de enfrentá-lo cara-a-cara. Ela não foi exercitada, por exemplo, ao ser indicado para embaixador do Brasil em Roma, quando os senadores da República o submeteram à humilhante espera, ao cabo de sessões onde seu nome foi contestado e sua presumível competência posta em dúvida. E nem quando fingiu poder substituir um profissional da envergadura de Paulo Tarso Flecha de Lima, um dos maiores nomes de nossa diplomacia, afastado por uma picuinha de FHC - aquele a quem Serjão Motta, premonitório no leito de morte, advertia para que não se apequenasse... O Senado jamais havia visto coisa igual, com protelação seguida, comentários jocosos, informações comprometedoras, coisas graves ditas em voz baixa e dossiês que congestionaram escaninhos e arquearam sobrancelhas. Foi, sim, raspando, para o Palácio Dora Phampilli, muito menos por mérito seu, do que por situação resumida pelo comentário ácido do senador Roberto Requião: "Esse, é uma fratura exposta".</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O que, porém, mais me impressiona, é a amnésia do sub da sub. Em 2001, por exemplo, viu seu próprio pai, Giannandrea Carmine Matarazzo, depois de denúncias do conceituado jurista Cid Vieira de Souza Filho, ser apontado pelo promotor João Estevam da Silva como "chefe de bando ou quadrilha" por desvios da ordem de R$ 18 milhões dos cofres do Colégio Dante Alighieri. A inclusão do nome de Andrea - que não foi denunciado no processo e tinha status de Ministro de Estado - garantiu, providencialmente, o foro privilegiado e o sigilo de justiça para seu pai e mais vinte e tantos colegas, "comparsas" para o MP. Atuaram em socorro dos nobres enlameados a toga disponível de Nélson Jobim e a gaveta sonolenta de Geraldo Brindeiro. Serão esses senhores as "pessoas de bem" que se acham "furiosas" com a recondução de um banqueiro falido ao conselho de uma fundação igualmente falida?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Quando seu nome, ao lado de seus colegas Bresser Pereira, Ricardo Sérgio de Oliveira e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, foi apontado pela Folha de S. Paulo no célebre rombo de mais de R$ 10 milhões na contabilidade da campanha de reeleição de FHC, onde funcionou um dos maiores caixa 2 da história eleitoral brasileira, coisa de fazer corar os falecidos PC Farias e Delúbio Soares, a indignação do rejeitado ex-morador da Piazza Navona sequer deu o ar de sua graça.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">As gerações nem sempre apuram os valores familiares. Ao contrário. No mais das vezes, podem substituir empreendendores como o velho conde Francisco Matarazzo, um dos pais da industrialização do Brasil moderno, por esse seu descendente, arrecadador de dinheiro para campanhas eleitorais e valentão de coluna social. Assim é a vida.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Leia, também, no <a href="http://www.ruynogueira.com.br">www.ruynogueira.com.br</a> </div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1151271750709205652006-06-25T14:23:00.000-07:002006-06-25T14:42:30.733-07:00<div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;">As carpideiras picaretas</span></em></strong></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong><em>*</em></strong></span></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:130%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:130%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Brilhante e irrespondível artigo de Antonio Machado no Correio Braziliense (<a href="http://www.correioweb.com.br">www.correioweb.com.br</a>), verdadeira autópsia em defunto putrefato, mostrando toda a sordidez e picaretagem que cerca o fim da velha marafona dos ares. Merece a transcrição.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong><em>*</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong><em>*</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><strong><em>Enigmas aéreos</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Sobre a Varig tudo é nebuloso. E quem dela se aproxima parece possuído pelo impulso de transgredir</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Por <strong><em>Antônio Machado</em></strong> - <a href="mailto:cidadebiz@correioweb.com.br">cidadebiz@correioweb.com.br</a> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Entre as manobras heterodoxas para manter a moribunda Varig no ar e o seu enorme passivo, acima de R$ 7 bilhões — mas, se fizerem as contas bem feitas, pode chegar a R$ 10 bilhões —, há mais coisas estranhas do que sugere a boa vontade do governo em acudir tantos lesados por uma situação insustentável há uma década. Sobre a sua longa agonia muito se escreveu. Mas quanto mais se lê sobre o fim de uma empresa, que em seu auge, nos anos 70 e 80, era eleita como das mais eficientes no mundo, menos se entende. Se estava insolvente desde a metade da década passada, como pôde continuar se financiando junto a seus próprios credores? Olhe que nenhum deles é café pequeno. Tem da Petrobrás à Boeing, que aluga parte dos jatos de uma frota totalmente arrendada. Tem a Infraero, locadora de todas as instalações da Varig nos aeroportos. E também a Receita Federal, o INSS, a CEF, funcionários dispensados, pois há anos ela deixou de recolher os impostos, contribuições sociais, taxas, FGTS, direitos trabalhistas. Não podia estar mais suja. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Estava em coma, vivendo de aparelhos, e do coma nunca saiu. Como, então, além de manter o crédito na praça, afundando cada vez mais quanto mais se endividava, pôde habilitar-se a ter débitos fiscais refinanciados em 180 meses pelo regime do PAES? Endividar-se junto ao fundo de pensão Aerus, dos funcionários? “Conseguimos provar com documentos detalhados que a atuação da União foi criminosa na fiscalização desse fundo de pensão”, disse o advogado Luís Antônio Castagna Maia, em reunião com os sindicatos que o contrataram para acompanhar sua liquidação. “A mantenedora usava recursos do Aerus para se financiar, o que é absolutamente criminoso e ilegal.” </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A Varig fez tudo isso formalmente, segundo um de seus muitos ex-presidentes da fase terminal, que entrou, viu a feiúra do quadro e se mandou. Mas, informalmente, permitiram aos cardeais da Fundação Ruben Berta, dona da Varig, até dar nó em pingo d’água, como as liminares expedidas pela Justiça contra a Infraero, numa outra espécie de financiamento — no caso, para não recolher tarifas de embarque retidas na venda de passagem e de pouso e decolagem. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em><strong>Doente escondido</strong></em> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Um espanto! Em nenhum momento, dos governos FHC a Lula, se cogitou seriamente em dar um basta, pelo menos enquanto ela tinha valor de marca e patrimônio, bichado, mas com certo charme. Seu patrimônio era negativo e só aumentou. Havia e há, agravada, uma persistente insuficiência de geração de caixa — sinal de que os custos, o que inclui uma folha que a faz se assemelhar a uma estatal, não a uma empresa privada, passaram-se os anos e ainda excede as receitas. Nem assim ocorreu aos doutores da República interromper a sangria dos dinheiros públicos. Assim como as famílias antigas escondiam o parente desenganado, ninguém falava da crise da Varig, no governo, até que se tornou impossível esconder as suas chagas. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><strong><em>Leilão de vento</em></strong> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">E a Justiça? Merece um capítulo especial o dia em que for escrita a crônica da decadência da Varig. Seu acionista controlador é uma fundação sujeita, pela lei, à fiscalização do Ministério Público. Não deve nunca ter sido fiscalizada ou, se foi, o fiscal devia ser míope. Já com o pé na cova, teve a sua concessão renovada no final de 2004 pelo governo, embora houvesse documentação suficiente para cassar a permissão para voar. Mas... Alto lá! Se é concessão, o que o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, o protagonista aparentemente final desta tragicomédia, pôs em leilão dias atrás? Se os aviões estão alugados e as rotas, os hangares e os balcões nos aeroportos são do Estado, o que há para vender? Não teria sido sensato o governo retomar o que é seu, para estancar o sangradouro, e, com um leilão, tentar recuperar parte do prejuízo? </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em><strong>Bom senso nenhum</strong></em> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Mistérios. Sobre a Varig tudo é nebuloso. Quem dela se aproxima, sabe-se lá porque, parece possuído por um impulso de transgredir leis e o bom senso. Pegue-se o juiz Ayoub. Lá pelas tantas mandou a BR Distribuidora fornecer combustível à Varig, mesmo ela estando inadimplente. Desde quando um juiz pode obrigar uma empresa, mesmo que estatal, a aviltar o seu interesse? Não atentou que o seu ato aumentou a insegurança jurídica que já permeia os investimentos no país? Perguntas. É o que mais se faz. Se apenas uma tivesse tido a resposta no tempo certo, a Varig seria hoje uma beleza. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Do jeito como caminha o seu final, a Varig sairá de cena como um ente material e ressuscitará, em seguida, como um fantasma que por muito tempo atazanará a vida dos que permitiram tantos desatinos. São tão bisonhos os erros e omissões, que não deverá ser difícil aos funcionários, por exemplo, processar a União e ganhar. Já os credores vão chorar ao bispo. Crescidos, sabiam o que faziam ao financiar uma frota de vento, mesmo as estatais, cujas diretorias têm de aprender a dizer não ao Executivo. Não procurem santos, que eles não existem nesta história. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Todos têm parte na falência múltipla de uma empresa que chegou a ser uma jóia valiosa. Ninguém — os acionistas, funcionários, o seu fundo de pensão, o governo, os credores — toparam, em algum tempo, sacrificar parte de seus interesses para tentar se construir uma solução. Não faz meses e o sindicato cobrava reajuste salarial... </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><em>Leia, também, no </em></span><a href="http://www.ruynogueira.com.br"><span style="font-size:130%;"><em>www.ruynogueira.com.br</em></span></a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1151105425258692072006-06-23T16:28:00.000-07:002006-06-23T16:31:54.713-07:00<div align="center"><strong><span style="font-size:180%;"><em>O conteúdo deste blog</em></span></strong></div><div align="center"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;"><em> já pode ser encontrado, </em></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;"><em>*</em></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;"><em>também, no site</em></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></strong></div><div align="center"><a href="http://www.ruynogueira.com.br"><strong><span style="font-size:180%;color:#3333ff;">www.ruynogueira.com.br</span></strong></a></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></strong></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1151087119026918762006-06-23T11:18:00.000-07:002006-06-23T11:27:02.450-07:00<span style="font-size:180%;"><strong><em>Trilha sonora para o réquiem da defunta</em></strong></span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="font-size:130%;"><strong>Saudades dos aviões da Panair</strong></span><br /><em>(Milton Nascimento & Fernando Brant)</em><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira<br />E o motorneiro parava a orquestra um minuto<br />Para me contar casos da campanha da Itália<br />E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso<br />Nas asas da Panair<br />Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno<br />Nas asas da Panair<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />E lá vai menino xingando padre e pedra<br />E lá vai menino lambendo podre delícia<br />E lá vai menino senhor de todo fruto<br />Sem nenhum pecado, sem pavor<br />O medo em minha vida nasceu muito depois<br />Descobri que a minha arma é o que a memória guarda<br />Dos tempos da Panair<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração<br />Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração<br />Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar<br />E aquela briga e aquela fome de bola<br />E aquele tango e aquela dama da noite<br />E aquela mancha e a fala oculta<br />Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi<br />Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Panair<br />A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Panair<br />A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Panair<br /><span style="color:#ffffff;">* </span><br />Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi<br />Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual<br />Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal<br />Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais<br />Em volta da cidade...<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1150183356287710032006-06-13T00:04:00.000-07:002006-06-13T00:30:00.250-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>Varig, a hora está chegando</em></strong></span></div><div align="justify"><em><span style="color:#ffffff;">*</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#3333ff;">(Esse pequeno texto é dedicado à memória da Panair do Brasil e é singela homenagem aos seus funcionários ainda vivos, que podem contemplar o final vergonhoso e merecido de sua algoz, a defunta)</span></em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Apesar da chicana de um juiz que extrapolou de suas funções; apesar do estelionato de funcionários mal intencionados agrupados em torno de uma empresa-fantoche, a TGV; apesar do terrorismo de seus funcionários arrogantes e presunçosos; apesar de bandidos como Bóris Berezovsky estarem "operando" soluções miraculosas; apesar do juiz Ayoub ter obrigado a BR distribuidora a fornecer combustível pelo qual jamais irá receber um real; apesar da Infraero já ter quase R$ 600 milhões de dívidas penduradas dessa empresa incompetente e caloteira; apesar de milhares de passageiros já estarem mofando em aeroportos do Brasil e do mundo; apesar de quase 30 jatos estarem no chão, sem manutenção, canibalizados; apesar de tudo isso e um pouco mais, o Brasil se prepara para perder (prazeirosamente, é bom que se registre) um dos últimos bastiões do atraso e da incapacidade empresariais.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O fim da Varig é motivo de alívio para os cofres públicos, para os contribuintes e para o país. O término de suas operações - espantosamente sem um acidente nessa fase, por puro milagre - deixará no mercado apenas as empresas modernas, ágeis e regidas pelas leis do mercado e ordenadas pela preferência dos usuários. Cai um dos símbolos do atraso na economia nacional e na vida dos brasileiros. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Deixando bilhões de dívidas, caloteando a Nação e milhares de credores, explode uma empresa racista, familiocrata, degenerada, sócia da ditadura militar, que espionou para os nazistas durante a segunda guerra, que espionou exilados para o regime de 64, que tramou a morte da Panair do Brasil, que comprou políticos e corrompeu brigadeiros, que fez negociatas e pagou mensalões, que promoveu orgias e traficou influências, que se fartou do monopólio durante décadas atrasando o desenvolvimento do Brasil e prejudicando os brasileiros, que cobrou tarifas extorsivas e humilhou seus passageiros como se lhes fizesse um favor em transportá-los, que nadou de braçada nos céus de lama dos anos de chumbo. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Que a terra lhe seja pesada. Não deixará, como a Panair, qualquer saudade. Só dívidas e lesados.</div><span style="color:#ffffff;">*</span><br />10, 9, 8, 7, 6, 5, 4...<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1149868239691339352006-06-09T08:28:00.000-07:002006-06-09T09:44:47.216-07:00<div align="justify"><em><strong><span style="font-size:180%;color:#000000;">Toca o enterro, Ayoub!</span></strong></em></div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;">*</span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;">*</span></span></span></span></div><div align="justify">Depois do espetáculo patético onde um juiz de direito, exorbitando de suas funções, faz discurso político e é aplaudido de pé, com fervor xiita, por 1.300 funcionários de uma empresa quebrada - processo no qual eles, os mamadores, tem grande culpa - e só um "comprador" aparece, é hora de, como no trágico verso de Augusto dos Anjos, enterrar a última quimera. Chega! Basta! A incompetência, a desonestidade, a apropriação indébita das taxas da Infraero, o combustível tomado (por decisão inédita e do mesmo juiz) da Petrobrás (e que jamais será pago!), a manutenção precária e que poderá causar sérios incidentes (vejam como estou sendo elegante: in-ci-den-tes...), não podem mais ser tolerados.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O obscuro TGV, que apresentou a pífia "proposta" no leilão da defunta, faz - segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas em seu site (<a href="http://www.aeronautas.org.br">www.aeronautas.org.br</a>), "gangsterismo"! Está lá, eu lí! E é esse o comprador, o salvador, o grupo empresarial que vai salvar a moribunda marafona dos ares?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Além do farto noticiário de toda a imprensa nacional, há o do "Correio Braziliense" (<a href="http://www.correioweb.com.br">www.correioweb.com.br</a>) com imperdível entrevista do presidente da Infraero, brigadeiro José CarlosPereira. Mais lúcido, impossível.</div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="color:#ffffff;">*</span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="color:#ffffff;">*</span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="color:#ffffff;">*</span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:0;"><span style="font-size:85%;color:#ff0000;"><span style="color:#000000;">AVIAÇÃO</span> </span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>Varig é desacreditada</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#3333ff;">Concorrentes desistem de oferecer lance pela companhia e a única proposta, de apenas US$ 449 milhões, coube aos trabalhadores da empresa. Analistas acreditam que o risco de falência ainda é muito alto</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ff0000;">Mariana Mazza, Da equipe do Correio</span><br /><span style="color:#ffffff;">*<br />*<br /></span><em>O leilão de venda da Varig, ontem no Rio, atraiu muitos investidores, mas nenhum se interessou em adquirir a companhia</em> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A crença de que a Varig conseguiria se salvar por meio de uma solução de mercado caiu por terra ontem. O melancólico leilão da companhia atraiu investidores privados, especialmente concorrentes do setor. Mas, apenas como observadores. A única proposta partiu dos trabalhadores da empresa, representados pela NV Participações. A rejeição do setor em investir na recuperação da Varig praticamente selou as possibilidades de uma reversão da profunda crise financeira da companhia. A decisão se a aérea fechará as portas imediatamente ou se conseguirá uma sobrevida de alguns meses será conhecida apenas hoje. O juiz responsável pelo caso, Luiz Roberto Ayoub, pediu 24 horas para se pronunciar sobre a proposta da NV Participações, feita apenas na segunda rodada do leilão, onde eram permitidos lances abaixo do preço mínimo. Na primeira rodada, o piso para a venda da Varig era US$ 860 milhões. A oferta da NV foi de US$ 449 milhões, quase metade do preço mínimo, mas acima do valor vil da empresa, estipulado em US$ 420 milhões. O clima ontem era de ceticismo sobre a capacidade de a oferta restabelecer definitivamente as operações da aérea. A proposta eqüivale a R$ 1,010 bilhão, mas apenas R$ 285 milhões — menos de um quarto do total — será pago em dinheiro vivo. A maior parte da oferta, R$ 500 milhões, é respaldada em uma emissão futura de debêntures para participação nos lucros da nova companhia. Os demais R$ 225 milhões virão da renúncia de créditos trabalhistas que os funcionários têm a receber. De acordo com o último balanço divulgado pela aérea, em setembro de 2005, as dívidas com empresas privadas, estatais e funcionários estão na casa dos R$ 5,686 bilhões. Ou seja, apenas 5% do passivo seria quitado imediatamente com o pagamento em dinheiro, caso a proposta seja aceita. Para colocar a mão no restante da oferta, os credores terão que esperar mais um tempo. E, ainda assim, faltariam R$ 4,676 bilhões em dívidas que a NV não será obrigada a arcar, caso leve os ativos da Varig Operacional. Falência aguardada Gol, TAM, Ocean Air e um fundo de investimento chamado Céu Azul chegaram a se credenciar, mas desistiram da disputa. O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, acredita que tudo não passou de uma simples estratégia de mercado. A morte da Varig é mais vantajosa para as concorrentes do que a aquisição. O motivo é que, se a aérea falir, as cobiçadas rotas nacionais e internacionais voltam à União e qualquer companhia poderá pedir o horário de vôo à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Para que alguém iria investir na Varig podendo conseguir o que quer de graça?”, arremata o presidente da estatal. Após o leilão de apenas 20 minutos, o tom fúnebre se espalhou entre os envolvidos no setor. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, admitiu que a agência está pronta para aplicar um eventual plano de contingência, caso seja decretada a falência da Varig. Em Brasília, o ministro da Defesa, Waldir Pires, lamentou o desinteresse dos investidores e eximiu o governo de culpa pelo iminente fim da companhia. “Fizemos o que foi possível, dentro da lei, para que não faltassem os insumos básicos que permitissem que a Varig continuasse operando”, afirmou. Na contramão, o presidente da aérea, Marcelo Bottini, e o juiz Ayoub saíram otimistas. Bottini disse ter ficado “muito contente” com a aparição de um interessado. Ayoub, que a Varig é uma empresa viável, “com problemas de curtíssimo prazo”. Mas, ao final do dia, o mercado deu outra prova da descrença no futuro da aérea, que já foi a maior da América Latina. As ações da companhia caíram 58% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrando o dia cotadas a R$ 1,51. Enquanto isso, as ações da Gol e da TAM subiram 4,92% e 7%, respectivamente.<br /><span style="color:#ffffff;">*<br />*</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><em>Solução não cai do céu</em></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O final trágico do leilão da Varig, com apenas uma proposta feita pelos funcionários, podia ter sido evitado. Os vilões não foram as concorrentes, que desistiram da empreitada na última hora, ou o governo, que não ajudou a companhia. O cerne do problema está dentro da própria Varig, que não investiu de fato no seu processo de recuperação judicial, confiante de que alguma solução cairia do céu. São cinco anos de crise, um dentro da nova Lei de Falências. Tanto tempo se passou e pouquíssimo foi feito para evitar a derrocada da companhia. Apostou na nova da nova Lei de Falências e iniciou um processo de recuperação judicial em 2005. A opção foi boa. A condução, não. A Varig levou meses para criar um plano de recuperação. O texto foi aprovado apenas em dezembro de 2005 e jamais aplicado efetivamente. A aposta era que, quando todas as opções acabassem, ainda haveria algum investidor disposto a comprar a empresa. O sinal ontem foi claro: a Varig, agora, vale mais no chão. É inegável o valor da marca da aérea, mas nome não paga dívidas de R$ 6 bilhões. A Varig escorou-se na crença de que o governo não a deixaria falir. Errou. Apostou suas últimas fichas na idéia de que um investidor pagaria pelo nome da empresa. Errou de novo. A Varig se beneficiou mais de uma vez dos problemas de suas concorrentes. Agora, será a vez delas. (MM)</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><em><span style="color:#ff0000;">Entrevista - brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero</span></em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><em>Infraero sem esperanças</em></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Há poucos meses na presidência da Infraero, o brigadeiro José Carlos Pereira, não titubeia ao falar o que pensa sobre a crise da Varig. Acredita que não há mais salvação e que a Justiça não deve aprovar a proposta feita ontem. Também concorda com a postura das concorrentes, que apenas esperam a falência da empresa aérea. “<em>Esse é o jogo do mercado.”</em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em>Porque não surgiram investidores privados no leilão?</em> </div><div align="justify">Para que uma pessoa vai gastar dinheiro com uma coisa que pode conseguir de graça? Se eles não fizerem nada, a Varig cai sozinha. E as linhas caem no seu colo de graça. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em>A aprovação da proposta da NV Participações é suficiente para salvar a Varig?</em> </div><div align="justify">Eu não acredito que ela seja aprovada. O dinheiro não é suficiente para tirar a Varig da crise. Serve apenas para dar uma sobrevida. Mas a agonia voltará logo em seguida. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>De quanto tempo seria essa sobrevida?</em> </div><div align="justify">A Varig não vai longe. Daqui há seis, sete meses ela entra em uma grande crise de novo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em>O senhor acredita que a Varig pagará a dívida com a Infraero?</em> </div><div align="justify">A apropriação indébita da Varig das taxas de embarque já chega a R$ 27 milhões. Se eu receber isso, já me considero feliz. Porque a dívida corrente mesmo é de R$ 540 milhões. E sabe quando que a Varig vai me pagar? Nunca. Para nós da Infraero não tem muito nhenhenhe. Qualquer número acima de zero, já é vantagem. Existe alguma saída, caso o leilão fracasse? Para a Infraero, a única coisa que nos resta agora é rezar. Não há mais nada a fazer. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1149661678806366922006-06-06T23:07:00.000-07:002006-06-06T23:59:13.816-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>A toga do anjo</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, o Dr. Ayoub, que conduz o processo envolvendo o leilão da defunta Varig, segundo a Folha de S. Paulo de hoje, se autodenominou "<em>anjo da guarda da Varig</em>". Disse que não troca as suas 130 mil milhas no programa <em>Smiles</em>, que valem viagens aos EUA e à Europa, por "<em>acreditar na viabilidade da empresa</em>". Disse, também, o anjo de toga, que a defunta "<em>trás R$ 1 bilhão de dólares de divisas para o país todos os anos</em>" (sic). Disse tanta coisa o Dr. Ayoub...</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Num país mais sério o Dr. Ayoub não estaria fazendo as coisas que faz, falando as coisas que fala ou se acreditando um expert nos místeres de um assunto tão complexo, especializado e intríncado como a aviação comercial. Nem, quem sabe, cometendo o ledo ivo engano de se acreditar um iluminado que pode salvar a marafona dos ares depois de décadas de gestões ruinosas. Seria um crime colocar no mesmo cockpit um homem honrado como o Dr. Ayoub e os ladravazes que mataram a falecida. Cabe ao magistrado encomendar a alma, não se acreditar um bruxo que pode ressuscitá-la. É lamentável. Mas, anotem aí: isso não vai acabar bem. O Dr. Ayoub precisa ser brecado, imediatamente. Ele está, claramente, exorbitando de suas funções. Não acredito que pelo fato de ter milhas no programa de fidelização da defunta, paire sobre o magistrado qualquer suspeição. Em absoluto, ele é um homem honrado. Mas conceder uma liminar obrigando que a BR Distribuidora entregue combustível à uma empresa quebrada e inviável sem receber o necessário pagamento, é um escárnio, um desrespeito aos contribuintes, uma ofensa a todos nós.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O Dr. Ayoub, perguntado sobre o provável e anunciado fracasso do leilão da defunta, disse o seguinte: "<em>Se ninguém arrematar, o processo vai para outra fase, que eu vou decidir qual é."</em> Ora, se não aparecer um comprador (um doido ou aventureiro, é óbvio), depois de terem até adiantado a data do leilão, fica claro o que sabem até os urúbus do lixão da Ilha do Governador, a poucos metros do hangar da defunta (onde estão parados mais de 20 aviões por falta de peças de reposição, por falta de crédito, por falta de ação da ANAC): nada mais há a ser feito. A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou. E agora, Ayoub? </div><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1149625241778637252006-06-06T13:11:00.000-07:002006-06-06T23:06:20.206-07:00<div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;">A justiça é cega, mas voa muito...</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify">Transcrevo abaixo um despacho da Folha Online sobre o juiz Ayoub, aquele da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que tem feito tudo e mais um pouco em favor da sobrevivência da defunta. Atuando como um plantonista de UTI, o Dr. Ayoub já obrigou a Petrobrás, através da BR Distribuidora, a continuar abastecendo os jatos penhorados da caloteira mesmo sem o devido pagamento! Já assegurou (não é exagero meu, saiu nos jornais) que se algum aventureiro topar o suícidio de ficar com os destroços, "não herdará as dívidas fiscais" e nem a pesada herança trabalhista! Pode ser que o doutor se abespinhe, mas o meretíssimo está se excedendo em suas atribuições. E o que é pior - como naquele poema de Ascenço Ferreira - PARA NADA...</div><div align="justify"><strong><em></em></strong><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#3333ff;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-size:100%;">"</span><strong><em>Juiz do caso Varig diz ter 130 mil milhas da empresa</em></strong></span><br /><br /><br />IVONE PORTES da Folha Online (</span><a href="http://www.folha.com.br"><span style="color:#3333ff;">www.folha.com.br</span></a><span style="color:#3333ff;">)</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#3333ff;">O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, afirmou hoje que tem 130 mil milhas acumuladas no programa de fidelização da Varig, o Smiles.Como possui milhas da empresa, o juiz, que trata do processo de recuperação judicial da Varig, poderia ser considerado parte suspeita no processo, segundo advogados ouvidos pela Folha Online que não quiseram se identificar.O artigo 135 do Código de Processo Civil estabelece que em processos em que uma das partes é credora ou devedora do juiz, o magistrado pode ser considerado suspeito na ação. Como suspeito, ele poderia até mesmo ser afastado do caso se houver solicitação de alguma das partes.Os advogados ouvidos pela Folha Online admitem, entretanto, que o interesse do juiz no caso é bastante distante e haveria pequenas chances de seu afastamento mesmo que um pedido venha a ser apresentado.Hoje o juiz deu novas declarações favoráveis à Varig. "Se eu não acreditasse na recuperação [da Varig] teria decretado falência há um ano", disse hoje o juiz, responsável pelo processo de recuperação da companhia aérea.Durante evento sobre um ano da nova Lei de Falências, promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo, o juiz voltou a afirmar que não haverá risco de o comprador da Varig herdar as dívidas trabalhistas e fiscais da companhia aérea.Ontem, uma nova determinação do juiz confirmou que não haverá sucessão de dívidas para o comprador da Varig. Segundo ele, o objetivo da lei é criar um cenário atrativo para garantir e estimular a venda da companhia pelo melhor preço."</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.colm.br">ruynogueira@uol.colm.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1149398789463869572006-06-03T21:59:00.000-07:002006-06-04T09:28:02.166-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>O precioso ridículo</em></strong></span><br /><br /><br />Um dos maiores crimes contra a educação no Brasil foi cometido no governo de Geraldo Alckmin, o candidato (?) dos tucanos à sucessão presidencial. Ele entregou o comando da educação no Estado mais poderoso do país a uma figura tão ou mais provinciana e medíocre que ele próprio. Fomos descobrindo através das colunas sociais, de uma ordinária TV a cabo, a “<em>Canção Nova</em>”, onde ele é uma estrela celebrada diuturnamente, das revistinhas de mexericos, de festanças na Daslú e de comentários nos meios políticos, da existência do protegido de dona Lú Alckmin e de sua maneira, digamos, muito fútil de levar a vida.<br /><br />Diante de nossos muxoxos, de nossa repulsa, de nossa estranheza e, essencialmente, diante de nossa incredulidade e inação, Gabriel Chalita foi conquistando espaço, impondo sua presença lastimável, seu estilo milongueiro e folclórico, seus ademanes janotas, sua ignorância sesquipedal, sua afrontosa e absoluta falta de senso do ridículo, sua total incapacidade em assuntos da área educacional e foi desempenhando papéis menores e pitorescos.<br /><br />Como secretário da educação de Geraldo Alckmin, Gabriel Chalita protagonizou capítulos inesquecíveis na vida pública paulista. Em junho de 2004, por exemplo, pagou incríveis R$ 9,9 milhões por uma inusitada pesquisa acerca da “<em>qualidade do ensino</em>” em nosso Estado e, na hora festiva da apresentação, retirou todos os indicadores negativos, omitiu todos os dados que depunham de forma impressionante contra sua desastrada gestão, e – diante da denúncia dos sindicatos e do pasmo generalizado – deu à imprensa uma explicação digna de um bambi saltitante nas pradarias verdejantes da terra encantada: “<em>Não é edificante</em>”!<br /><br />Edificante deve ser o apartamento de 1.500 metros quadrados que o ilustre comprou em um edifício de banqueiros no coração de Higienópolis. Duplex e com piscina, com valor estimado em US$ 2 milhões, o palacete suspenso não deve ter sido comprado com os direitos autorais dos 39 livros que ele teve a coragem de cometer e publicar em menos de 37 aninhos de vida... Vai pro <em>Guiness</em>: um por ano, desde bebê! Nem verdadeiros campeões de vendas como os escritores Jorge Amado, Paulo Coelho e Paiva Netto, poderiam comprar imóvel assim com direitos autorais em um país onde não se lê. Depois que a colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, no mesmo mês de junho de 2004, registrou a estranha aquisição imobiliária do pitoresco Chalita, um deputado da base parlamentar do próprio Alckmin na Assembléia Legislativa, o vigilante Afanásio Jazadji apresentou requerimento de informações para saber de onde provinha a bufunfa da compra do imóvel milionário. E, pela imprensa, já tratou de desmontar a versão pretendida: “<em>Não é fruto da venda de imóveis herdados, já que ele é de uma família muito humilde lá de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba</em>”. Na intimidade, um enfurecido Chalita responsabilizou a socialite Nancy Izzo, sua amiguinha, pelo vazamento da informação à colunista. Teria confidenciado, alegrinho, a compra do apê e a amiga, falsa que só ela, deu com a língua nos dentes. Coisas da vida, darling.<br /><br />O mesmo e combativo deputado Afanásio quer saber sobre a variação patrimonial de Chalita, o <em>protegée</em> de dona Lú. Em 2000 o rapaz tinha R$ 741.413,00 em bens diversos. Dois anos depois, ocupando a Secretaria da Educação de São Paulo, saltou para expressivos R$ 1.978.576,00! Direitos autorais? Palestras? Doação de tias ricas? Ganhou no jogo-do-bicho? Encontrou petróleo lá em Cachoeira Paulista?<br /><br />Chalita tem o péssimo hábito de só se locomover pelo interior de São Paulo em helicópteros e jatinhos de empresas de táxi aéreo. Gastou uma fábula dos recursos de sua pasta com esse seu caríssimo fetiche de deslumbrado. O detalhe mortal: voava sem licitação, ilegal e irregularmente, ferindo a lei e mostrando a sua total amoralidade no que diz respeito ao cumprimento dela. E nessas viagens de super-star pela interlândia paulista, Gabriel Chalita jamais teve uma reunião de trabalho, um encontro sério, uma jornada produtiva. Jamais! Sempre se dirigia ao palco previamente encomendado e declamava poemas ridículos, cantava canções ridículas, expedia conceitos ridículos de auto-ajuda e pregava uma doutrina de sua suave autoria, a “<em>educação pelo afeto</em>”, que ninguém sabe direito o que é, mas quase todos apostam ser apenas mais um misto de leviandade e frescura. Isso, meus amados leitores, na terra de Paulo Freire e Anísio Teixeira...<br /><br />Foi sob o seu comando débil e incapaz que a FEBEM enfrentou os seus piores motins, as sublevações mais traumáticas, as denúncias mais escabrosas. Foi debaixo de sua augusta direção que foram escritas as páginas mais sangrentas da história dos internos daquele inferno, bastante piorado nos anos Alckmin. Hoje todos os tucanos torcem para que não se recorde do que o agora candidato presidencial fez com a instituição, entregando-a ao incapaz Chalita. Já com relação ao dito cujo, os que estudam e acompanham a delicada questão dos menores infratores só se lembram de sua ação, por assim dizer, relativa ao interno Edgar Brosten, um garotão bonito, espadaúdo, que conquistou a confiança do fraternal secretário. A tal ponto foi a amizade entre eles que Chalita levou Edgar para o seu cerimonial (acreditem: a Secretaria da Educação tinha cerimonial, um Itamaratyzinho particular, nos anos Chalita!!!). Edgar, o felizardo, viajava no helicóptero com Chalita e sua vida parecia um sonho. Até que no dia sete de agosto de 2002, em Guarulhos, o eleito - gozando de total liberdade, fora da FEBEM - resolveu estuprar uma menor de idade. Tudo foi feito para se abafar o caso (sem trocadilho), mas a história vazou. Termina aqui o histórico da atuação do pedagogo Gabriel Chalita na deplorável FEBEM do governo Geraldo Alckmin.<br /><br />Gabriel Chalita mereceu matéria interessantíssima, em verdade um pequeno e verdadeiro perfil, mesmo que cruel, na edição da revista Veja desta semana. Os repórteres Sérgio Martins e Heloísa Joly conseguiram, em poucos parágrafos, descrever o ridículo de sua suposta produção intelectual. Dezenas de livros e um até agora impensado CD intitulado <em>“Gabriel Chalita canta o amor”,</em> são reduzidos a pó de traque. Aos poucos, vai-se rasgando a fantasia de uma fraude anunciada.<br /><br />Figuras carregadas de ridículo como a desse indivíduo conseguem espaço e fazem carreira tanto por nosso desprezo, que assepticamente nos recusamos a levá-los a sério, quanto pela sem-cerimônia com que se lançam ao alpinismo social, ao arrivismo puro e simples, à enlouquecida disputa pelo poder político. Não faz muito ele adentrou os salões da mofada e imprestável Academia Paulista de Letras, tornando-se um "<em>imortal</em>". Lá convive com ridículos e desconhecidos escritores que exalam naftalina mas não tem livros (nem nunca tiveram) nas listas dos mais vendidos, inúteis e amofinados que são. A chegada do desfrutável Chalita era o toque que faltava para a desmoralização completa daquele ex-sodalício...</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"></div><div align="justify">Gabriel Chalita é candidato a deputado federal. Já quis ser prefeito de São Paulo e insinuou-se na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Pode até, quem sabe, tornar-se Ministro da Educação do Brasil. Não é absurdo, convenhamos. É que no ovo da serpente escondeu-se o precioso ridículo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1149208737443487552006-06-01T17:22:00.000-07:002006-06-03T18:48:07.660-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;color:#000000;"><strong><em>Os dias do fim</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Bastante interessante o editorial de hoje do jornal O Estado de S. Paulo, o secular "Estadão", sobre os malabarismos, as safadezas, os protecionismos que estão sendo utilizados para prolongar na UTI a vida que se esvai da defunta Varig. O título é, de cara, uma ironia...</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Tenho</span> acompanhado, curiosíssimo, a comédia de desacertos, malandragens e mentiras acerca da defunta. O leilão, "micado" segundo um grande jornal em sua edição de hoje, chegou a ser antecipado, bandidos de todas as partes se anunciaram promitentes compradores e, também, vários grupos já declararam seu desinteresse e os que compraram o data-room com as informações que expõe as vísceras da falecida, o fizeram por um simples motivo: o acesso às informações confidenciais que contém. Nada ético, convenhamos, mas válido no capitalismo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Agora que os Napoleões do manche e as bandeijeras enfurecidas já nem me escrevem espinafrando-me, a fatura está prestes a ser liquidada. É paradigmático, é necessário, é importante para o país que a safadeza empresarial, a má gestão e o péssimo hábito de se mamar nas tetas do Erário sofram um golpe mortal e uma lição didática com o fim de uma empresa decadente, prebendária e inviável. O mercado já se encarregou de ir suprindo as lacunas que seu fracasso foi abrindo e sua morte quase nenhum transtorno causará. O Brasil tem muito a aprender com a quebra da defunta e a observar com a maneira indolor com que será substituída, pouco a pouco, pelas atuais e pelas novas empresas aéreas que surgirão. A morte da Varig é uma excelente notícia para o Brasil.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#3333ff;">"O milagre da Varig</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#3333ff;">O governo, os funcionários, os consultores contratados, o juiz que preside o processo de recuperação judicial e a diretoria da Varig estão fazendo verdadeiros malabarismos para manter a empresa funcionando. Não é por falta de esquemas engenhosos e grandiosos que a Varig não sai do buraco onde foi metida por muitos anos de gestão ruinosa. Nos últimos tempos, não se passa uma semana sem que surja uma fórmula milagrosa de recuperação, apoiada em avaliações que "provam" que a empresa não apenas é viável como pode recuperar, em prazo curto, a participação majoritária que teve na indústria brasileira do transporte aéreo.Algumas semanas atrás, o governo autorizou o BNDES a estender a mão à Varig. Nos primeiros dias do governo Lula, o Palácio do Planalto fazia saber que a Varig levava o bom nome do Brasil para o Exterior e, no que dependesse das autoridades, a empresa não seria derrotada por passageiras dificuldades financeiras. Não demorou muito para que as autoridades, percebendo a real situação, passassem a advogar uma "solução de mercado" para a crise.Com a proximidade das eleições e tendo os funcionários da empresa promovido ruidosas manifestações de rua e no Congresso, o governo reviu sua posição, oferecendo ajuda do BNDES. Mas a oferta foi sibilina. O BNDES colocou US$ 166,6 milhões - número cabalístico cujo significado só os iniciados conhecem - à disposição, não da Varig, mas de outras empresas que se dispusessem a tomar o empréstimo-ponte e repassá-lo à companhia aérea. Implicitamente, o BNDES não reconhecia a idoneidade da Varig como tomadora de crédito - o óbvio numa empresa que tem um passivo reconhecido em juízo de RS$ 7,9 bilhões, quase todo a descoberto. As três empresas que se candidataram não ofereceram garantias e, assim, o empréstimo-ponte não foi concedido.A ajuda real para que a empresa, atolada em dívidas e sem capital de giro, pudesse continuar funcionando veio do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da Varig. Por meio de decisão liminar, ele determinou à BR Distribuidora que forneça à Varig combustível a crédito. Trata-se de decisão rara nos anais da Justiça, pois obriga um fornecedor a tomar calote que supera os RS$ 70 milhões e cresce diariamente, sob pena de desobediência à ordem judicial.Há outras coisas estranhas, na tentativa de recuperar a empresa. Por exemplo, decidiu-se vender parte da Varig, em leilão, por US$ 860 milhões, se o comprador quiser as rotas nacionais e internacionais, livres de dívidas; ou por US$ 700 milhões, só com as rotas nacionais e igualmente sem ônus. Não está à venda a "parte comercial" da empresa, o que inclui o programa de milhagem, a área de marketing e os balcões de vendas de passagens. Essa parte continuará em recuperação judicial, assumindo todas as dívidas, amortizadas pelo valor arrecadado no leilão. O restante será pago com a receita que a "parte comercial" produzir. Não é fórmula para qualquer mortal compreender, mesmo porque qualquer um que disponha de US$ 700 milhões, ou US$ 860 milhões, poderia montar uma empresa aérea nova, sem a herança da falência e de maior porte do que o que restou da Varig. Além disso, o comprador dificilmente se livrará de uma enxurrada de processos de credores da Varig, que não se conformarão em ver seus créditos jogados numa "empresa" pouco capaz de gerar receita.Só se entende a arquitetura desse negócio quando se fica sabendo que o edital do leilão dispensa a pré-qualificação dos eventuais compradores e acelera o processo de capitalização da parte a ser leiloada. Para isso, o comprador terá de fazer um depósito de US$ 75 milhões três dias após o leilão. Se a Justiça e a Agência Nacional de Aviação Civil não concluírem em 30 dias a análise do contrato, o comprador terá de depositar mais US$ 50 milhões. Esses adiantamentos cobririam as despesas correntes mais urgentes da Varig, constituindo capital de giro.O leilão foi antecipado de 9 de julho para 5 de junho. Quando isso aconteceu, as ações da Varig tiveram uma alta de 98,5% na Bolsa. Fazem-se verdadeiros milagres para manter a Varig voando, mesmo que ela não tenha condições financeiras para funcionar. "</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1148597639864237162006-05-25T15:50:00.000-07:002006-05-25T23:14:03.516-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;color:#000000;"><em><strong>Um sacrilégio jurídico</strong></em></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O governo do cumpanheiro Lula tem se especializado em cometer sacrilégios nas mais diversas áreas. E o faz com a sem-cerimônia de um bêbado com o bolso cheio de dólares no centro de um lupanar de beira-estrada, achando que tudo pode. Assim, nomeou-se um gnomo esquerdopata para comandar nossa embaixada em Havana. O tipo chegou lá enriquecendo o folclore local: casou-se com uma moça quatro décadas mais nova em cerimônia das mais bregas, onde o casou chegou numa carruagem puxada por cavalos brancos e o champanhe rolava diante dos olhos atônitos de uma população marcada por meio-século de privações. Mas o detalhe chamativo era a inacreditável gravatinha-borboleta do imbecil, em tons <em>degradee </em>de azul celeste, contrastando com o terninho claro, quase igual ao da infeliz moçoila, que vivia seu conto de fadas, só que casando-se com o sapo ao invés do príncipe... O tipo, repulsivo, era o terror do restante do corpo diplomático, já nem sendo convidado para reuniões nas demais legações diplomáticas, por um hábito verdadeiramente obsceno: depois da terceira das muitas doses, sem mais nem por que, tinha o péssimo gosto de dar vivas ao comandante Fidel e entoar loas à revolução. Já está de volta à sereníssima República, candidato petista ao senado por Minas Gerais, onde – tenhamos fé – será sovado impiedosamente pelas urnas de outubro. A moça? Solteiríssima, deixou a ilha caribenha em companhia mais agradável do que a do sapo petista!<br /><br />Apesar de ter como seu ministro da justiça um dos maiores e mais brilhantes advogados do país, além de excelente figura que é Márcio Thomaz Bastos, que me orgulha com sua amizade, vez por outra o governo Lula resolve cometer verdadeiros sacrilégios na área jurídica. Há poucos dias viu-se obrigado a retirar do Congresso Nacional a indicação de um ex-piloto da defunta Varig para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC. O indigitado, amigo íntimo da pelega Graziella Baggio, presidenta do sindicato da categoria e velha amiga de Lula, não satisfazia um requisito <em>APENAS</em>: não tinha o curso superior, condição essencial (e legal) para ocupar o cargo. E como não checaram, meu Deus?! Agora, há outro estupro jurídico em andamento e que enche de vergonha uma das cortes mais antigas do país, o Superior Tribunal Militar, o STM. A história é absurda e desrespeitosa.<br /><br />Aposentou-se, compulsoriamente, em dezembro passado, o ministro Antônio Carlos de Nogueira, cria do Sarney e advogado e servidor de carreira do Senado, que atuou com seriedade como ministro por uma década e meia. Foi uma indicação política, sim, mas dentro do aceitável, de alguém que preencheu os requisitos legais e estava apto para a função. Para o seu lugar, o indicado é Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, atual Secretário-Geral do Ministério da Justiça, um jovem com menos de 40 anos de idade, que gozaria, por mais de 30 anos, do status de Ministro daquela Corte Castrense. Gozaria, não fosse um pequeno detalhe: o rapaz inscreveu-se na corporativa e pirotécnica OAB, somente no dia 12 de dezembro do ano passado, exatos 11 (onze) dias antes da aposentadoria do Ministro Antônio Carlos de Nogueira. A vaga a ser preenchida é do chamado - e famigerado - quinto constitucional, mais uma prova da ação corporativa e deletéria da OAB, que garante a advogados "<em>com notório saber jurídico e conduta ilibada</em>" a chance de defenderem clientes como o Marcola na segunda-feira e na terça-feira acordarem Ministros de Tribunal Superior.<br /><br />Diz o artigo 123 da Constituição, em seu parágrafo único, inciso I, que trata da composição do STM:<br /><br /><em>"Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos sendo:<br />inciso I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional."<br /></em><br />E no trecho em negrito, reside o pomo da discórdia: o jovem e inexperiente Luiz Paulo nunca advogou na vida !!! Inscreveu-se na OAB às vésperas de sua indicação, como se o mero cumprimento dessa formalidade pudesse enganar o resto do mundo, idiotizado, inerte, imbecilizado até, diante da "<em>inteligência</em>" do bando petista, que a todos pensa enganar e convencer. Um ativo senador de Sergipe, o Almeida Lima, requereu durante a sabatina e antes da votação, diligências acerca do preenchimento dos requisitos constitucionais, especialmente o tempo de advocacia. O resultado, óbvio, é que o felizardo Luiz Paulo, que deve ser um sábio e nós não tínhamos disso nenhum conhecimento, não conseguiu comprovar uma única causa advogada, uma defesa de membro do PCC que fosse, uma petiçãozinha qualquer...<br /><br />Todavia, o inabilitado nome ainda não foi retirado, impedindo a indicação de alguém que preencha os requisitos. O impasse perdura por cinco longos meses e o STM começa a enfrentar problema de quórum qualificado, inclusive com adiamento de sessões plenárias, já que alguns Ministros, especialmente os civis, costumam proferir palestras Brasil afora, deixando um claro na composição da Corte e contrariando o dispositivo do Regimento Interno que exige presença qualificada de Ministros togados (civis) para que as Sessões Plenárias se realizem. Em suma, mais um espetáculo de incompetência, malandragem e oportunismo. O caso narrado é semelhante, mas ainda mais grave do que o caso da ANAC.<br /><br />O Senado já deveria ter devolvido, por conta própria, da mesma forma como o senador Antônio Carlos Magalhães, com a coragem e o talento que até seus inimigos são obrigados a reconhecer, o fez com a indicação de um deputadozinho de Roraima, indicado para a mesma corte. O sujeito, de baixíssima qualidade intelectual, já tinha lá um irmão Ministro, cupincha de Ulysses Guimarães. ACM não teve dúvidas: “<em>Isso é uma indecência! De jeito nenhum!”</em> E o tal tampinha de Roraima continua na obscuridade, sem toga.<br /><br />O STM, em um capítulo glorioso de sua vida, rejeitou a indicação do falecido ex-governador potiguar Aluísio Alves, que não foi necessariamente um cultor da honradez na vida pública, cassado por corrupção, jamais dando-lhe posse, apesar do velho “<em>bacurau</em>” ter sido aprovado pelo Senado.<br /><br />Dois bons exemplos a serem seguidos.<br /><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1148512041117459992006-05-24T16:04:00.000-07:002006-05-24T16:07:21.133-07:00<span style="font-size:180%;"><strong>Preparando o necrológio...</strong></span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Notas da coluna do competetente jornalista Cláudio Humberto, republicadas por quase 40 diários de todo o país:<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><em><span style="color:#3333ff;">24/05/2006 0:00 </span></em><br /><em><span style="color:#3333ff;"><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><strong><span style="font-size:130%;">Sobrevida</span></strong></span></em><br /><em><span style="color:#3333ff;">O presidente Lula ordenou que a BR Distribuidora forneça combustível para a Varig até o final da Capa do Mundo. Teme pelos brasileiros em viagem para a Alemanha. Inclusive a Seleção, que usa avião fretado da empresa. </span></em><br /><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><em><span style="color:#3333ff;">24/05/2006 0:00 </span></em><br /><em><span style="color:#ffffff;">*</span></em><br /><em><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><strong>Vai para o sal</strong></span></em><br /><em><span style="color:#3333ff;">Há três propostas de compra da Varig: um banco de agência única, o BRJ; funcionários (que citam prováveis recebíveis como garantia); e um banco de investimentos incógnito. Todos contra o BNDES: querem dinheiro de graça.</span></em><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1148500695775617142006-05-24T12:53:00.000-07:002006-05-24T13:43:40.033-07:00<div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;">A vingança do doutor Lembo</span></em></strong><br /><br /><br /><em><br />“Por trás de sua atual abundância,<br />ainda gemem velhas humilhações<br />e fomes jamais esquecidas”</em><br /><br /><strong>Nélson Rodrigues<br /></strong><br /><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">O doutor Cláudio Lembo se esqueceu, ao vomitar sobre a “elite branca, má e perversa”, de contar que ele próprio não fez outra coisa em sua vida senão servi-la com enorme aplicação, rigoroso desvelo e impecável disciplina. Desde os corredores do Banco Itaú, como bedel preferido do doutor Olavo, até a vice-governança de São Paulo, passando pela presidência da falecida Arena e pelo secretariado de Jânio na prefeitura paulistana. Isso sem nos esquecermos de estrondosa sova eleitoral, quando disputando o senado contra Montoro e Fernando Henrique, em 1978, o professor Lembo – candidato financiado pela elite branca, má e perversa – chegou em quarto lugar, perdendo para os votos brancos e nulos.<br /><br />Na ausência de qualquer tipo de iniciativa gerencial, de alguma obra por mais ligeira ou menor que fosse, sem ter o que agregar a uma herança administrativa medíocre, é verdade, mas longe de ser caótica, o cansado bedel do doutor Olavo se vinga da elite paulistana, que lhe financiou uma campanha ao senado – mas não lhe deu o mandato, que o recebeu – mas como agregado, que o usou para esse ou aquele papel secundário – nunca lhe assegurando, porém, o protagonismo, e a escracha, dizendo o óbvio, exorcizando seus próprios demônios, falando a verdade mais cristalina, mas omitindo providencialmente a vassalagem que ele próprio ofertou com seus ademanes de guarda-livros do Mackenzie, seu odor de naftalina e a absoluta falta de coragem que permeou sua vida pública.<br /><br />O doutor Lembo não pode bater em quem lhe alimentou e achar que isso é normal apenas por ter dito a verdade. Nem pensar que dizer a verdade é o máximo para um governador do maior Estado da Federação. Dizer a verdade é o mínimo, até por ser natural obrigação de todos os seres pensantes da Terra de Vera Cruz ou de alhures. O doutor Lembo, festejando intimamente seus 15 minutos de fama, superiores (por inusitados, por impensáveis) às suas décadas de obsequiosa serventia aos antigos patrões da aristocracia financeira paulistana, será uma vírgula na história, oscilando entre o verdadeiro e o ingrato, entre o elementar e o mau caráter.<br /><br />Lembro-me como se fosse hoje - e já lá se vão quatro longos anos... - daquela tarde em que o frio Geraldo Alckmin, esse envergonhado numerário da celebérrima Opus Dei, descartou sem maiores escrúpulos a candidatura de José Aníbal, um sujeito combativo e intelectualmente bastante superior a ele próprio, e fez do inofensivo e dócil professor do Bexiga seu companheiro de chapa. O ungido não apareceu na campanha. Não existiu como candidato. Ninguém jamais foi informado de que ele era o vice de Alckmin. Não teve direito a lugar no jatinho, nem na foto do outdoor. Não ocupou um metro quadrado em qualquer palanque em Santo André ou Martinópolis. Spot televisivo, nem pensar. Até a semana passada eram poucos os cidadãos paulistas informados de sua vetusta investidura em cargo pelo que passaram Washington Luís, Pedro de Toledo, Armando de Salles Oliveira, Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Carvalho Pinto, Franco Montoro ou Paulo Maluf , poupando-me de citar os medíocres.<br /><br />Não chegou ao governo por mérito algum, mas por subserviência aos seus patrões da elite branca , má e perversa. Não teve um único voto, mas a unção do provinciano Alckmin, hoje alvo de suas ironias e boutades ácidas. Traiu seus benfeitores e hoje colhe elogios de Lula, o apedeuta. Apenas isso já seria o suficiente para cobrir-lhe de vergonha! Comanda um governo que não é seu, com auxiliares que não escolheu, que não lhe prestam contas e tão pouco o tratam com a reverência que o cargo exige. Cláudio Lembo tem apequenado a investidura que ocupa, por obra de Alckmin, do acaso (segundo ele próprio, em momento de sinceridade) e dela, de sua antiga amada, amante e protetora, a elite branca, má e perversa.<br /><br />O professor Lembo é, longe de discutir o seu caráter fraco ou a sua personalíssima noção de gratidão, um sujeito surpreendente, convenhamos. Com aquele ar pesado, aquela falsa modéstia, seu esforço em parecer austero, as sobrancelhas fantasmagóricas, algum pé na Transilvânia, esperou paciente e com estudada resignação por mais de 40 anos para colocar para fora o seu lado populacho, o seu lado imigrante, a sua porção italianinha, suas unhas de fora e em vendetta quase impecável, com a volúpia de um carcamano faminto diante da vitrina da Basilicatta, disse a verdade! Só se esqueceu ou não sabe, que a verdade na boca dos ímpios é tão desmoralizada quanto a própria mentira. E o seu grito valerá menos que um arroto com odor de gordurosa calabresa...<br /><br />As décadas de obediência aos ditames dos inclementes e cerimoniosos Setúbal não resistiram a trinta minutos de entrevista com a esperta colunista Mônica Bergamo, uma profissional competente e hábil. Soltou todos os demônios que o oriundi trás no peito, vingando as humilhações recebidas, os sorrisos negados, os cumprimentos secos, os convites que não chegaram, as ante-salas calorentas, os chás-de-cadeira recebidos, os brasões que humilharam, quem sabe os aumentos salariais negados, os supostos talentos jamais reconhecidos, a eterna coadjuvância, os inóspitos segundo, terceiro, quarto lugares... Agora ele está vingado! Mesmo que o senador Tasso Jereissati, moderno coronel do Ceará, o ache um “carente” e o talentoso ACM, dono da Bahia, o defina sem dó ou piedade como um “debilóide”, ou uma grande acionista de seu antigo emprego se refira, grosseira que só ela, à “halitose do Lembo”, ele está vingado!<br /><br />Um dia o surpreendente bedel da elite branca, má e perversa, colocou uma gravata preta pelo jovem filho que se foi para nunca mais, vítima de erro médico. Se a elite paulista, branca, má, perversa e burra, pudesse se personificar em um pescoço qualquer, não tenho qualquer dúvida de que faria o mesmo pelo filho adotivo que se foi, vítima de clamoroso erro de avaliação.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a><br /></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1148054872380043032006-05-19T09:03:00.000-07:002006-05-20T23:24:04.366-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;color:#000000;"><strong><em>A Dona Flor do peleguismo</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Nota da excelente coluna do jornalista Cláudio Humberto (</span><a href="http://www.claudiohumberto.com.br"><span style="color:#000000;">www.claudiohumberto.com.br</span></a><span style="color:#000000;">), reproduzida por quatro dezenas de diários em todo o país, mostra o estado de desespero e os métodos abomináveis que toda a canalha que trabalha contra o irremediável fechamento da defunta está lançando mão:</span><br /><em><span style="color:#3333ff;"></span></em><br /><em><span style="color:#3333ff;">"Recuo</span></em><br /><em><span style="color:#ffffff;">*</span></em><br /><em><span style="color:#3333ff;">Esta coluna revelou que o novo indicado do presidente Lula para a Agência Nacional de Aviação Civil não tem curso superior, como exige a Lei. Por isso, o Planalto retirou a indicação de José Carlos Barth, ex-piloto da Varig."</span></em><br /><br /><span style="color:#000000;">Um governo incapaz e incompetente, que envia uma mensagem ao Senado da República sem checar as condições técnicas e legais para sua aprovação. Um escândalo! Piorado pelo fato do indicado ser um arrogante ex-piloto da defunta, ainda ligadíssimo a ela e, também, digamos, um amigo muito pessoal da pelega Graziela Baggio, aeromoça e presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, além de velha companheira do companheiro Lula.</span><br /><span style="color:#ffffff;">* </span></div><div align="justify">A presidente do desmoralizado SNA, explorando seu prestígio junto ao supremo apedeuta, induziu a presidência da República ao grave erro por dois motivos vergonhosos: tentar influir no processo político-administrativo em favor da defunta, nomeando para a diretoria da ANAC um ex-funcionário da própria defunta, e - pior de tudo - confundir a coisa pública com seus lençóis, numa caso lamentável de concubinato nepótico. É por coisas assim que o sindicalismo brasileiro não tem a menor credibilidade junto à opinião pública nem influi decisivamente nos processos político ou histórico. É, apenas, lixo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A bandejeira Graziela - querendo nomear o amiguinho de instrução primária - não tem estatura para ser personagem do inesquecível Jorge Amado, mas lembra Dona Flor.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147899168750746372006-05-17T13:46:00.000-07:002006-05-20T23:29:11.943-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>Cláudio Lembo não existe</em></strong></span></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify">Lembrei-me, hoje ao ler a entrevista de Cláudio Lembo - uma figura sem votos que ocupa por obra e graça de Geraldo Alckmin o governo de São Paulo - publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", de uma frase do inesquecível Mestre Roberto Campos: "<em>No Brasil a burrice tem um passado glorioso e um futuro promissor</em>".</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Entre outras estultices, esse indivíduo chama o bandido Marcola de "<em>Senhor Marcola</em>". Não pretendo comentar as paspalhices desse infeliz que vinge administrar o maior Estado da Federação em um dos piores momentos de sua existência. Peço aos leitores que o leiam nas páginas do vetusto Estadão. É uma vergonha. É um absurdo. Entrevista que merece ser lido e relida, de tão obtusa, mas, principalmente, de tão reveladora e surreal. Lembo confirma o que apenas se desconfiava dele: um despreparado, uma figura medíocre surgida dos gabinetes e da burocracia partidária. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Paulo Maluf, atacado por ele em 1979, cunhou frase lapidar: <em>"Cláudio Lembo? Eu acho que ele não existe! Existe?"</em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147588649987357392006-05-13T23:25:00.000-07:002006-05-15T14:47:04.083-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>Palocci, essa nódoa</em></strong></span></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">*</span></em></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify">O PT de Ribeirão Preto, por larga margem de votos, resolveu apresentar a candidatura a deputado federal do mais desmoralizado ministro da fazenda que nosso país já teve. Corrida da Esplanada dos Ministério por conta de corrupção administrativa e envolvimento com garotas-de-programa (todas elas, seguramente, de melhor qualidade moral que ele), a nefanda figura de Antônio Palocci está de volta nas paradas de sucesso. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Esse homem, por patológico apego ao poder, apodreceu em público, decompondo-se moralmente, num espetáculo de indignidade pessoal e pobreza humana poucas vezes visto na história de pindorama. Quando - forçado - pediu o boné, já não valia nada, motivo de chacota e de desrespeito generalizados. Hoje, indiciado por múltiplos crimes, é candidato apenas em busca de imunidade parlamentar, ou seja, de impunidade pura e simples.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Por ser absolutamente necessário que não nos esqueçamos dele, nem do grupo de assaltantes que o acompanha, republico artigo de 21 de agosto passado, vários meses antes de sua defenestração.</div><p><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;"><strong>PAVANA PARA UM PALOCCI DEFUNTO</strong></span><br /><br /><br /><em>"Tá lá o corpo estendido no chão..." </em></p><p><em>(João Bosco e Aldir Blanc)</em><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /></p><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Tá esperando o quê para voltar para a sua terrinha? Acredita mesmo que o Brasil precisa de seus altos conhecimentos econômicos? Pensa que pode agregar algo ao serviço público depois que um homem de sua confiança o coloca frente à Nação na conta de um corrupto? Se crê um pilar dos fundamentos da economia nacional? Um iluminado, um avatar? Imagine! Poupe-nos. Saia fora. Mande que o motorneiro pare a orquestra um minuto e salte já. Não tenha a vã esperança de que poderá contornar o escândalo e restaurar o cristal trincado. Não dá. A lama, Dr. Palocci, já inundou seu gabinete, sua biografia, sua vida. O hímem da elite brasileira é flexível, pero no mucho. Permita que o seu chefe, apesar de notório indeciso e - desconfio - um caso típico de autismo avassalador, arrume alguém para o seu lugar. Alguém que nunca tenha andado com esses Buratti, Barquete, Valente, Valdomiro. Enfim, alguém limpo. Alguém que fale algum outro idioma, que conheça de economia, que não coma na mão alheia, que não obedeça ao florentino tucano Henrique Meirelles.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Volte para sua terrinha, a pretensiosa e calorenta Ribeirão Preto. Duvido que os eleitores de lá, que não são bobos, lhe darão novamente a chance de ser prefeito e receber a terceira condenação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo por permitir (veja como estou sendo cuidadoso e elegante, Seo Palocci: permitir...) que roubassem na merenda escolar (seu primeiro governo) e nas cestas básicas dos programas sociais para a periferia (seu segundo governo). Du-vi-de-o-dó! Vai embora. A TAM e a GOL operam vôos com conexão em Congonhas. A Passaredo, faz Brasília-Ribeirão Preto direto. E tem desconto nas passagens, tem promoção. Embora eu creia que o Doutor não esteja com esse tipo de problema que aflige tanto a nós, brasileiros: falta de dinheiro.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Vai embora. Você comandou uma política econômica criminosa, danosa, de lesa-pátria. Você nos empobreceu, achatou nossos salários, diminuiu o nosso poder de compra, encheu as burras da banca praticando os maiores juros do mundo. Tá esperando o quê? Mais uma denúncia? Mais um escândalo? Mais uma garota de programa contando das festinhas romanas na QI 3 do Lago Sul? Mais um usineiro picareta de Ribeirão Preto contando que é seu sócio? Mais um jornalista pesquisando se é verdade que os seus parentes, aderentes e amigos estão biliardários? Se compraram, mesmo, uma usina, um hospital, um banco? Tá esperando o quê? O jatinho da empreiteira amiga ou o Godot do Beckett?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span>Pense um só momento: nenhum ministro da fazenda desta sereníssima República jamais teve sobre sua augusta pessoa a sombra da dúvida moral. Você, agora, tem. Não se creia um perseguido. Se saiba, tão somente, um descoberto. Não se presuma insubstituível. Em poucos dias, talvez horas, você vai saber que não o é. Ao contrário, vai descobrir que o barulho na porta é o vento, que o café estará frio e sua mão na maçaneta dura indicará que os bajuladores já fugiram, já sentiram o seu ocaso terrível, o outono que desfolhou as esperanças de toda a canalha, a patuléia sedenta por assaltar a viúva. Ouviu? Tchau, Doutor.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />O Buratti alugou um palácio sem você saber? Ex-secretários seus (Barquete, Buratti) "operavam" em Brasília e o santinho não sabia, né? Então, tá. As malas vieram para o bem da corriola e o chefe nem tinha conhecimento delas. Ficamos assim combinados. Acredito para lhe servir... Não fique. Ajude a "acalmar o mercado", a segurar o dólar, a diminuir o "risco país" e outras coisas assemelhadas e que o Meirelles lhe ensinou serem tão importantes: dê no pé. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /><br /></span>De Brasília a Ribeirão Preto, você sai pelo Eixão da Asa Sul, chega em Luziânia, sobe para Cristalina, vira à direita, segue para Catalão, Araguari, Uberlândia, Uberaba, Ituverava, São Joaquim da Barra, Orlândia e, ufa, chega na cidade que lhe valeu duas condenações pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Num carro bom, como o Land Rover do companheiro Silvinho Peireira ou no Ômega blindado do companheiro Delúbio Soares, são mais ou menos umas 8 horas de estrada. Ar condicionado ligado e o CD rodando, com as músicas cafonas dos cafonas Zéze de Camargo e Luciano, aqueles que animaram os comícios do PT e agora dizem que não receberam. Paga os moços, paga! As estradas, por falar nelas, estão uma merda. Uma mer-da! É que o ministro dos transportes, o Alfredo do PL, diz que não tapa os buracos porque as verbas não são liberadas pelo Dr. Palocci. Milhares de brasileiros, então, estão morrendo nas rodovias todas as semanas para que sua política econômica inflexível possa pagar juros impressionantes aos credores externos, para atingir o tal deficit primário. Em troca, os dândis de Wall Street lhe concedem sorrisos e dizem palavras agradáveis (que o Meirelles traduz, já que vindas num idioma que o Doutor não domina). Pelas costas vão observar sua falta de jeito, caçoar de sua língua presa, zombar de seu terno mal-cortado. Bem-feito. Quem mandou sacrificar seu povo para agradar a essa gente falsa, que dá emprego ao patrão Meirelles?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span><br />Não se iluda: chegou a hora. Saia, Antônio Palocci! O Galvêas, o Simonsen, o Delfim, o Bulhões, o Mariani, todos, TODOS, eram muito melhores que você e passaram. Alguns, até caíram. Os países precisam disso, de renovação, de sacrifícios, de crises, até. Mas não precisam de medíocres, de empulhadores, de desmoralizados. Sai. A porta da rua é a serventia da casa. Você já vai tarde. Passa no Pinguim e tome um chope. Aproveita e matute, como bom caipira, sobre como a glória é fugaz e o poder é transitório. Voam. Tchau.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><em>*</em></span></div><div align="justify"><em>P.S. Separa algum, veja um jeito de esquentar a bufunfa. Os advogados são terríveis. Quanto mais competentes e expeditos, mais caros. Você vai precisar dessa gente, aposto contigo.</em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div><span style="color:#ffffff;">*</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147477260079732912006-05-12T16:25:00.000-07:002006-05-12T16:44:43.510-07:00<div align="justify"><em><strong><span style="font-size:180%;">Indaiá, a que dá no couro</span></strong></em></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Não resisto à tentação de dar espaço à uma leitora, comissária de bordo da defunta que me escreveu carta desaforada, brabíssima, esculhambando-me de forma primária, mas virulenta. Não fosse esse freezer que trago do lado esquerdo do peito, teria sucumbido ao Incor frente ao primeiro de seus ataques. Diz que sou feio, ruim e pequeno "<em>como o seu nome</em>".</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Depois, diz que eu devo ser um cara amargo, desalmado e sem amor. E vitoriosa, dizia que eu não devo "<em>dar no couro</em>", mas que ela, naquela hora - era plena madrugada quando seus dedinhos trocaram as taças de cristal trincadas da decadente primeira classe dos aviões que os credores reclamam na justiça, pelo teclado de seu computador - ela, bem-amada, iria "<em>fazer gostoso</em>" com o seu consorte.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Achei que era alguém querendo depor contra as comissárias da defunta - pelas quais tenho tanto respeito. Mas, com uma sequência impressionante de asneiras, a moça iniciou um diálogo internético comigo e disse outras coisas que não publicarei apenas por pena e sincera comiseração.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Quando nossa troca de e-mails acabou-se e ela deveria estar "<em>dando no couro</em>", eu sentia um misto de nojo e de dó daquela pobre diaba. Não vale nem o processo que pensei em lhe tacar. Logo, logo, desempregada, como poderia indenizar-me pelos absurdos que escreveu e assinou?</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Porém, fiquei matutando madrugada adentro sobre a feiúra e a pequenez de meu nome. Preciso conversar com meu pai, ele também, um Ruy. E se vivo fosse, falaria com o doutor Ruy Nogueira, meu saudosíssimo avô, um catedrático humanista que foi batizado por Herculano César Nogueira, meu bisavô republicano, em homenagem ao seu ídolo, Ruy Barbosa. Mas, vou falar com papai. Espero que você, se se sentir tentada, tenha coragem e converse com o seu velho pai, viu, comissária Indaiá?</div><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147475943042708532006-05-12T15:55:00.000-07:002006-05-12T16:19:03.063-07:00<div align="justify"><span style="font-size:180%;"><strong><em>Vaias para o lucro, que ele merece...</em></strong></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">A TAM e a Gol apresentaram balanços robustos, onde centenas de milhões de reais aparecem como lucro alcançado num ano em que a aviação comercial brasileira cresceu mais de 20%. Empresas pequenas ou nascentes, como a TAF, do Ceará, ou a Rico, sediada em Manaus, agregam Boeings a suas frotas. A aviação brasileira experimenta um de seus melhores momentos. Quem teve competência, seriedade e juízo (principalmente...) está colhendo os frutos do trabalho.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Não vou tecer comentário algum sobre a moribunda marafona dos ares, aquela que quer sacar mais algum por conta de sua morte anunciada e tantas vezes adiada por juízes complacentes, credores sabidos e funcionários desesperados de bermudas em passeatas patéticas, como se palavras de ordem ou faixas chantagistas ("<em>Lula você vai perder 100 mil votos se deixar a nossa VARIG morrer</em>"!!!) pagassem a incrível dívida de quase R$ 10 bilhões - em verdade, ninguém sabe direito qual é o rombo, mas oscila e chega a este número aterrador.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Abaixo uma notícia que hoje sacode o mercado aeronáutico e escandaliza os contribuintes brasileiros, os acionistas da defunta, os que pugnam por um país com empresas sadias, bem geridas, meritocráticas, modernas, honestas e eficientes - ou seja, tudo o que a pranteada não conseguiu ser ao longo de quase 8 décadas de vida à sombra do poder público e do monopólio.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Essa semana, numa assembléia fantasiosa, numa espécie de "<em>Woodstock no Santos Dumont</em>", os funcionários da defunta, mais de 700 deles, numa demonstração de civilidade, urbanidade, boa educação e classe, vaiavam todas as aeronaves de outras empresas aéreas que taxiavam pela pista daquele aeroporto carioca. Vaiavam a lucrativa TAM, a maior empresa aérea do país. Vaiavam a vitoriosa Gol, que esse mês lhes tomou, com larga folga, o segundo lugar. Vaiaram o lucro. Vaiaram a competência. Vaiaram, também, os usuários, que estão fazendo o sucesso dessas empresas. Mostraram a pequenez e o desespero de quem perdeu. Retrato mais eloquente da cultura administrativa e do caráter predatório deles próprios, impossível. Não merecem a salvação. Não merecem mais centavo algum da viúva. Já nos custaram muito caro esses mal-educados.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Fica minha pergunta, pertinente diante da grandeza de seu absurdo, da arrogância de seus mal-acostumados órfãos, da má-qualidade moral e empresarial dos que se apresentam como "compradores" (bandidos chineses, mafiosos russos, pelegos sindicais): vale a pena salvar uma empresa assim? Dinheiro nasce em árvore? Que tal aplicar na construção de hospitais, escolas ou estradas a maçaranduba que a velha e combalida defunta dos ares quer tomar ao BNDES para pagar no dia de São Nunca?!</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><strong><em>Varig tem prejuízo de R$ 1,477 bilhão em 2005</em></strong></span></div><div align="justify">Sexta, 12 de Maio de 2006, 19h21 Fonte: <a href="http://www.terra.com.br">www.terra.com.br</a><br /><span style="color:#ffffff;"> *</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><em><span style="color:#3333ff;">O prejuízo da Varig teve crescimento de <strong>1.700% </strong>em 2005, atingindo o déficit de R$ 1,477 bilhão. Em 2004, a companhia havia registrado um prejuízo de R$ 87,167 milhões.<br />Apesar de um crescimento de cerca de 20% nos vôos domésticos em 2005, a redução da frota e da oferta de vôos fez com que os lucros da empresa caíssem de R$ 7,054 bilhões em 2004 para R$ 6,403 bilhões no ano passado, uma queda de 11,12%.</span></em><br /></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147297556848278142006-05-10T14:26:00.000-07:002006-05-10T15:32:15.770-07:00<strong><em><span style="font-size:180%;">Velório animado, coveiros malandros.</span></em></strong><br /><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Aí abaixo uma interessante opinião publicada no site <a href="http://www.invertia.com.br">www.invertia.com.br</a>, abrigado no portal Terra. Evidentemente foi produzida por cidadão brasileiro esclarecido, que embora não tenha assinado com seu próprio e-mail (o que indica não existe) apresenta argumentos irrespondíveis. Mas é muito interessante e merece a transcrição. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Estou muito ocupado, mas até amanhã acharei tempo de comentar o curiosíssimo "leilão" da defunta dos ares, num exercício de capitalismo às avessas, que ruboriza os empresários sérios, açula os aventureiros e diverte a todos. O BNDES, malandramente, diz que vai emprestar US$ 100 milhões para quem ficar com metade "boa" do cadáver. Não vai ser assim, mas os ingênuos parecem acreditar. Ninguém consegue responder a pergunta fatal, a que não quer se calar: e os quase R$ 10 bilhões de dívidas? Quem vai pagar? Todos fingem que se encontrou uma solução. Todos fingem que acreditam - como num verso de Pessoa - ser verdade o próprio fingimento.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em><strong>986. Gerson Brasil [sememail@sem.com.br] Brasil, 5/10/2006 8:28:11 AM</strong></em> </div><div align="justify"><br /><span style="color:#3333ff;">"Oh povo passional, emotivo / oh gente "in"-profissional, falida. Gente que tem coragem de parar o trânsito para ver o corpo extendido no chão, do acidente grave, atropelado pelo caminhão. Gente que tem coragem de falar mal de empresas bem geridas, defender as corrompidas. Gente que reclama dos roubos do governo, mas declara bisavó morta no imposto de renda. Artistas que moram nos states, fazem protesto, mostrando o dedo para o presidente, afinal na TAM eles têm que pagar passagem. Funcionários que "compram" uma empresa e acham que podem geri-la como a padaria do seu tio-avó português. Classe média que não paga nem o vale transporte da diarista, mas acha que a sua aérea mal administrada não pode falir. Gente que usa camiseta do SOS Mata Atlântica e joga bituca de cigarro pela janela do carro. Gente bairrista, que acha que empresa privada é patrimônio, gente que acha que é orgulho dos Pampas. Gente que confunde boa prestação de serviço com amizade. Gente que paga juros do cheque especial, do empréstimo pessoal, sem ajuda de ninguém, mas que aceita que nosso dinheiro pague a dívida de incompetentes. Oh gente solidária, oh gente inconseqüênte, incoerente. Gente que vibra com um leilão absurso, onde alguém vai comprar um filé, que vai continuar sendo digerido pela pessoa mercado, enquanto a ossada oficialmente viva, vai continuar fedendo, devendo. É como fingir que a mulher morreu para receber o seguro de vida. O que ninguém mesmo quer saber, é quem paga a dívida. A Varig é a cara do Brasil, do Reino de Gerson, do jeitinho brasileiro. É a Varig quebrada, suja, corrupta, com mais de 200 funcionários por avião, onde o saudável é 80, mas que é linda por fora, amena, amiga. De coração eu quero que as linhas da Varig sobrevivam, que o bom espírito da prestação de serviço da Varig, tomara Deus, e os bons homens de negócio, com uma estrutura decente. Mas orgulho mesmo eu tenho de minha família, de meus amigos, de minha terra, e não de quem demagogicamente usa seu nome e acredita que isso é favor. Gersons do meu Brasil, procurem ler. O nome do Brasil que a Varig leva pro mundo é o de mal pagadora. As empresas de leasing elevam suas análises de risco para qualquer empresa brasileira desde que a Vasp privatizada de Canhedo também não pagava nada. E a Varig, ao invés de recuperar, piorou essa fama. A Varig não paga nem ela mesma. Ela conseguiu vender a VEM e já está devendo para ela também! Leiam, Gersons, empresa privida é orgulho de seus donos, não de seus "stakeholders", empresa boa não precisa de dinheiro do governo, precisa tratar bem clientes, e concorrer honestamente com o mercado. Gersons, o Brasil tem mais motivos de orgulho. Tem uma outra gaúcha, a Gerdau, espalhando aço brasileiro mundo a fora, tem a Votorantim, a CVRD, a Petrobrás, a CSN, as Usinas de Álcool de SP, o petróleo fluminense, tem a Embraer que rasga os céus do mundo com tecnologia brasileira. O Brasil tem a Itaipú, o Brasil tem a Embraco, tem a Seleção Brasileira. Definitivamente, o brasil precisa das linhas aéreas, precisa de gente, mas não precisa mais desse modelo arcaico, falido e corrupto, do qual, espero eu, a Varig seja um dos últimos espécimes."</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147149374477849602006-05-08T21:31:00.000-07:002006-05-08T21:36:14.496-07:00<div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;">Itamar, essa grande mala</span></em></strong></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Após constatar o fel, o amargor, o rancor e os recalques que atormentam o pobre Itamar Franco, candidato de sí mesmo à presidência da República, em melancólica apresentação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o homenageio com a republicação de artigo que escrevi em março de 2004. </div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Como continua atual...</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><em><strong><span style="font-size:130%;">ITAMAR FRANCO, ESSA MALA</span></strong></em><br /><br /><em><br />“Se Itamar Franco fosse um objeto,<br /> seria melhor perdê-lo do que achá-lo”<br />Sérgio Barleben</em><br /><br /><br />Itamar Franco é um eterno incompreendido.<br /><br />Chego a pensar que toda a humanidade está errada, mas ele, tal qual uma personagem fronteiriça de Lima Barreto, é quem está certo.<br /><br />Desafiando a lógica, desprezando antigos e consagrados conceitos, seguindo um, digamos, raciocínio particularíssimo, tal qual um Forest Gump jeca, chegou à presidência da sereníssima República e governou Minas Gerais. “Governou” é força de expressão, é licença poética, pois ele não governa nada, coisa alguma, sendo um diletante em tempo integral, atazanando a vida dos que querem fazer e construir.<br /><br />Itamar é um dos melhores exemplos de como o Brasil tem insopitável vocação para glorificar a mediocridade, premiar a inoperância, louvar a incompetência. Com seu topete fora de moda, seus terninhos comprados na lojinha “Miami”, em sua cidadezinha, seu gosto duvidoso em se referir aos conterrâneos como “montanheses”, as costeletas ridículas que adotou recentemente...<br /><br />Anuncia-se, agora mesmo, que está voltando de sua vilegiatura em Roma. Vai procurar o presidente da República, o tabaréu-chefe, e reclamar sua remoção para outras plagas. Não tem vida social em Roma, não aprecia o Doria Pamphilli, nem conseguiu dominar o idioma de Dante. Nesse ponto, e só nesse, ele está desculpado: como falaria um belo e razoavelmente complexo idioma se mal fala o português?<br /><br />O embaixador em Roma é uma personagem que, mirada pela grande angular da moderna psicanálise, pode ser esmiuçada, patologicamente esquadrinhada, enfim, deixar as coxias e os camarins e, como uma tardia Elvira Pagã de Juiz de Fora, deleitar-nos com um strep-tease onde transpareça, além da ranhetice e da sabida improdutividade, sua verdadeira persona.<br /><br />Itamar, na acurada análise de um psiquiatra amigo meu, tem permanente necessidade de afirmar-se como mineiro, recorrendo aos símbolos do Estado, para compensar o fato de ter nascido em um navio, em pleno litoral baiano, quem sabe em meio a uma daquelas tempestades tropicais que sacolejavam os vapores da Costeira e levavam o pavor aos humildes passageiros que haviam tomado um Ita no norte pra ir no Rio morar.<br /><br />Mineiro ele não é. Nem nunca será. Se os próprios mineiros se encarregaram de criar e propagar uma idéia que se tornou verdade absoluta, a da sapiência intelectual e da matreirice política de que são dotados, como acreditar que um político que roça a mediocridade, homem provinciano (pior, municipal...) e administrador sofrível, possa transformar-se de um dia para outro em ícone do estado que é berço de Antônio Carlos (não o malvado babalorixá ACM, mas a “Raposa das Alterosas”), Milton Campos, JK, Bias Fortes, Gustavo Capanema, Tancredo Neves, Cristiano Machado, Santiago Dantas, Magalhães Pinto ?<br /><br />Essa exacerbada mineiridade é uma forma de encontrar um ponto cardeal, que lhe faltará sempre, tanto na questão telúrica quanto na emocional. E aí, justamente aí, reside o drama de Itamar Franco.<br /><br />A questão comportamental é a faceta mais violenta da personalidade do ex-governador das Minas Gerais. Ele é capaz de tudo – embora não seja um homem desonesto, pelo contrário. Mas ele se presta a papéis que vão das raias da demência ao mais completo ridículo.<br /><br />Lembro-me bem que na campanha de 82, percorrendo o sul de Minas com o Dr. Tancredo Neves, num dia particularmente exaustivo, chegamos em um aviãozinho em Poços de Caldas e descemos a Mantiqueira visitando uma dezena de pequenas cidades até terminar a noite em Santa Rita do Sapucaí. Na casa senhorial dos Moreira, herdada pelo udenista Bilac Pinto, fomos recebidos por um simpático casal, Beatriz e Coriolano Beraldo. Uma mesa farta, daquelas que a hospitalidade dos mineiros costuma oferecer aos que visitam suas casas, nos esperava, e também a notícia de que o Senador Itamar Franco, em campanha na Zona da Mata, havia reclamado do voto vinculado e feito referências pouco elogiosas ao candidato de seu partido ao governo estadual. Tancredo, um dos políticos mais elegantes, respeitosos e convenientes que conheci em minha vida, um autêntico cavalheiro, segurou no ar a xícara de café e, com expressão grave, disparou o único impropério que escutei em quase um ano de estreita convivência: “Esse, é um filho da puta”. O silêncio foi total. Depois um comício grandioso, onde Tancredo eletrizou a multidão e pediu votos para Itamar, num exercício de dignidade incomum para o ressentido de Juiz de Fora.<br /><br />Anos depois, na campanha de 94, em viagem pela região de Governador Valadares, numa das zonas mais carentes de Minas, Lula, em sua segunda tentativa de eleger-se presidente e chocado com o uso da máquina em favor de Fernando Henrique, o candidato oficial, disparou para jornalistas que acompanhavam sua “Caravana da Cidadania”: “O Itamar é um filho da puta”. Itamar, presidente da República, ofereceu resposta bisonha: “Não sou filho da puta, minha mãe se chama Itália Franco”.<br /><br />Na campanha presidencial de 89, quando nosso herói, surpreendentemente, tornou-se o vice na chapa de Fernando Collor de Mello, ele foi a mais carimbada das figurinhas dos bastidores do pleito. Se para o grande público o histriônico Enéas Carneiro e o seu fascistóide Prona, eram motivo da mais absoluta chacota, para a imprensa e o meio político os potins mais deliciosos vinham das porraloquices do nosso agora embaixador Itamar.<br /><br />Por mais de uma vez renunciou à candidatura. Depois renunciou à renúncia. Brigou porque o jato que o servia não tinha banheiro, enquanto o de Collor tinha um “excelente mictório” – segundo palavras suas – e ficou mais tempo recluso em seu apartamento de Juiz de Fora do que trepado nos palanques Brasil afora, naquela que foi a mais frenética e exitosa campanha eleitoral assistida pelos brasileiros desde a que elegeu Jânio Quadros, em 1960.<br /><br />Desleal, conspirou durante todo o tempo contra o seu companheiro de chapa. Transformou sua suíte no Hotel Glória num permanente palco por onde desfilaram políticos decadentes, lobistas e amiguinhos da colônia mineira. A mesma massa ruim que lhe serviu de base para o governo sofrível que viria a fazer.<br /><br />Presidente, por obra do impeachment, cometeu barbaridades como a da nomeação de uma jovem e bela engenheira, funcionária da ponte Rio-Niterói, para Ministra dos Transportes. Era de tal forma obtusa, medíocre, desimportante, que ninguém se lembra dela nem de seu nome. Ficou poucos dias no governo e demitiu-se de forma abrupta, na crista de um pequeno escândalo. Dona Cosette Alves, a inteligente e simpática ex-dona do Mappin, convidada para o Ministério da Indústria e do Comércio, renunciou no dia da posse, arrasada por um implacável artigo do colunista Giba Um, que desnudava tanto a convidada quanto o presidente que teve a péssima idéia de convocá-la para o seu time. Nepotista, nomeou um irmão, absolutamente despreparado, para superintendente da previdência social no Rio de Janeiro. É inesquecível a cena, mostrada pelos telejornais da época, em que o esquizóide é enxotado pela população de um posto médico, onde, identificado, protagonizou um bate-boca dos mais baixos possíveis.<br /><br />Confrontado com a oportunidade histórica de reparar a clamorosa injustiça cometida contra o Capitão Sérgio Macaco, o herói do Parasar que se recusou a tornar-se um terrorista matando brasileiros inocentes por ordem do facinoroso brigadeiro João Paulo Penido Burnier, e foi cassado e aposentado na FAB, Itamar falhou. Falhou de forma covarde, mesquinha, pequena. Sérgio já era um vegetal, pesava pouco mais de 40 quilos, numa cama suportava mais o câncer que terminou por matá-lo do que a omissão de um governo fraco que se recusava a promovê-lo ao brigadeirato. Enquanto desfilava pelo sambódromo com a vulgaríssima Lílian Ramos sem a necessária (?) calcinha, Itamar se igualava aos que cassaram, prenderam e injustiçaram um dos mais notáveis exemplos de patriota e de militar digno, nas palavras sábias do saudoso brigadeiro Eduardo Gomes.<br /><br />Numa camaradagem que ainda hoje custa caro aos cofres públicos, nomeou cupinchas de raro despreparo para cargos da mais alta responsabilidade. Para nossa Embaixada em Lisboa, enviou uma das figuras mais curiosas e improdutivas da vida pública brasileira, o José Aparecido de Oliveira. Não se pode dizer, em tal caso, que Itamar não tenha sido coerente e até sábio: que outro posto senão Lisboa para um político menor, provinciano, futriqueiro, inculto e – principalmente – monoglota?<br /><br />Logo após, reservou para si o Palácio das Mil Flores, uma agradabilíssima e opulenta construção a poucos minutos do centro de Lisboa. Construiu um galinheiro nos fundos do palacete, talvez o fato mais marcante de sua passagem por aquela representação diplomática. Embaixador mais omisso, impossível. Depois uma esticada até a OEA, em Washington. Apesar de ter levado alguns áulicos consigo, até mesmo o seu mordomo, um rapaz jovem e bem-apessoado, de ter importado a, digamos, namorada (June Drummond, paga pela falida Golden Cross, mas isso é outra história), Itamar pareceu um peixe fora d’água, e curtiu sua ociosidade comendo pão de queijo e falando com a turma de Juiz de Fora em demoradas e dispendiosas ligações telefônicas internacionais. Nem inglês o preguiçoso se deu ao trabalho de aprender.<br /><br />Elegeu o seu sucessor na presidência, é verdade. Elegeu, mesmo. Gostem ou não os tucanos. Elegeu por ter dado liberdade a Fernando Henrique e sua equipe para que fizessem o plano real, do qual reivindica a paternidade (ou a maternidade, no dizer do irreverente Serjão Motta). E ao levar FHC ao Planalto acreditou que voltaria quatro anos depois, numa troca de favores, numa retribuição entre comadres de Juiz de Fora, num toma-lá-dá-cá que lhe fascina. Não contava com a reeleição, comprada a peso de ouro, num dos capítulos mais sórdidos da história política republicana.<br /><br />Ficou bravo, esperneou, voltou e tentou ser candidato do PMDB, partido que havia abandonado em 86 pelo PL, numa tentativa frustrada de se tornar governador de Minas Gerais. Do mesmo PMDB que ele havia abandonado em 89 para ser o vice de Collor, no pitoresco PRN. É claro que o partido lhe deu um adeus de mão fechada e ele, raivoso, foi para sua inefável e feia Juiz de Fora e mandou que os amigos votassem em Ciro Gomes. Que perdeu em Juiz de Fora...<br /><br />Eleito, enfim, governador do Estado, num segundo turno com Eduardo Azeredo, Itamar protagonizou um dos momentos mais deselegantes da história política de Minas: sem compreender a grandeza e a civilidade do gesto do derrotado, que compareceu à sua investidura, pronunciou elegante discurso e desejou-lhe boa sorte, ele sequer olhou para Azeredo, comportou-se como um menino amuado, deixando escapar seu ressentimento, sua índole vingativa, sua ausência absoluta de fraternidade.<br /><br />Governo desastroso, ineficiente, prosaico. Rasgou contratos, atrasou salários, quebrou o Estado. Sequer teve a coragem de ser candidato à reeleição. Apoiou o jovem Aécio Neves, que demonstrando imenso caráter, tem descascado os inúmeros abacaxis herdados, sem dizer palavra, reconstruindo Minas Gerais, que encontrou devastada pela inépcia de seu antecessor.<br /><br />Lula, esse desastre administrativo, que um dia lhe chamou de filho da puta, o nomeou embaixador num país importante, estratégico para o Brasil. Difícil saber quem é pior.<br /><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*<br /></span><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1147118388756743662006-05-08T11:51:00.000-07:002006-05-08T13:29:25.670-07:00<div align="justify"><strong><span style="font-size:180%;"><em>Um banquete fecal</em></span></strong></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"></div><div align="justify">O ex-presidente Itamar Franco estará na noite de hoje no programa "Roda Viva", da TV Cultura de São Paulo.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Chamam atenção alguns pontos bastante curiosos. O primeiro deles é a disposição da Cultura em ouvir quem nada tem a dizer. O segundo é a ausência absoluta de ridículo do sátrapa de Juiz de Fora, um ególatra que se crê iluminado para alguma missão que nem ele mesmo sabe qual é. E o último deles é a presença do velho jornalista Mauro Santayanna no elenco de entrevistadores. Amigo íntimo de Itamar, seu ex-funcionário na comunicação do governo de Minas Gerais e redator daqueles discursos cômicos onde o ex-vice de Fernando Collor chamava seus conterrâneos mineiros de "montanheses", Santayanna deveria homenagear o seu passado dispensando-se de tão rastejante função.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><div align="justify">Para os coprófilos, a ceia será inesquecível.</div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">*</span></div><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1146785949883883522006-05-04T16:36:00.000-07:002006-05-04T16:39:09.896-07:00<span style="font-size:180%;"><strong><em>A defunta é canibal... Salvar o quê?</em></strong></span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />AVE-MARIA!<br />Em um mês, saltou de 15 para 23 o número de aeronaves da Varig que estavam paradas por falta de manutenção. Entre outros, estavam estacionados quatro MD-11, três 777, onze 737 e um 767.<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />CANIBAL<br />Executivos da Boeing que fizeram vistoria nas oficinas ficaram chocados: os aviões da empresa alugados pela Varig estão sem turbinas, sem pneus, sem instrumentos nas asas. Caso a Boeing conseguisse retomá-los de imediato, teria de volta aeronaves "peladas".<br /><span style="color:#ffffff;"> *</span><br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br />(Folha de S. Paulo, 04/05/2004)<br /><span style="color:#ffffff;">*</span><br /><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18215529.post-1146371169245720062006-04-29T21:18:00.000-07:002006-04-30T20:30:39.506-07:00<div align="justify"><strong><span style="font-size:180%;">O despudorado velório da defunta dos ares</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong></div><div align="justify">Duas informações colaboram para a animação - ainda que de duvidoso gosto - do demorado e despudorado velório da VARIG.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify">O prefeito carioca César Maia, um dos melhores administradores públicos do país, em seu Blog informa o seguinte: <span style="color:#3333ff;"><strong>"EXTRA !Lula negocia com a PDVSA -Petróleo da Venezuela- a participação da empresa na compra da Varig.Nas próximas edições virão informações de brasileiro que se associou a parente de Chávez e é empresário na área de lazer na Venezuela e que intermedeia a negociação da Varig".</strong></span> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Os sites de informação veiculam outra notícia preocupante: "</span><span style="color:#3333ff;"><strong>E Berezovski voou... Explicação oficial:</strong> </span><strong><span style="color:#3333ff;">Boris Berezovski veio ao Brasil para tentar comprar a Varig. Foi o que disse o deputado estadual Vicente Cândido (PT-SP</span><span style="color:#3333ff;">) à imprensa ontem à noite.Ele foi enviado ao Hotel Unique quando soube que o russo corria o risco de ser preso. O deputado Romeu Tuma Júnior falou com o ministro Márcio Thomaz Bastos e foi informado que o bilionário entrou no país com autorização do Itamaraty, protegido pelo status de "exilado político". Pelo sim, pelo não, assim que vazou a notícia de que estava no país, Berezovski tratou de ir embora, em seu avião particular. Tinha oito quartos no hotel para sua comitiva e todos embarcarcaram sem sequer fazer o check-out ou levar todas as malas, providência que tomariam depois, segundo relatou o advogado do Unique. Tudo indica que Berezovski procura um país como opção caso mude a situação política da Inglaterra e ele tenha de sair de lá de uma para outra diante de novo pedido de extradição do governo russo. E tudo indica mais ainda que este país é o Brasil.Primeiro, o Corinthians, agora a Varig, dois gigantes pessimamente administrados. Em tempo: o outro nome que o chefão russo costuma usar quando sai da Inglaterra é Platon Yelenin. Um acontecimento chamou a atenção dos empregados do Hotel Unique: na saída, ao entrar na Mercedes-Benz blindada que o servia, Berezovsky deixou cair aberta uma maleta com dezenas de gordos fardos de euros e dólares. Seu assessor brasileiro, identificado como Negrine, comissário aposentado da VARIG, bastante nervoso e ajoelhado no chão da entrada do hotel, catava as cédulas enquanto o empresário russo gritava impropérios em inglês com ele."</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;"></span></strong> </div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;"></span></strong></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">Em suma: o fanfarrão ditador venezuelano, uma das piores figuras surgidas na história de nosso sofrido continente, e um dos chefes da máfia russa, procurado pela Interpol, são os promitentes compradores da defunta. Pensando bem: nada mais apropriado para um empresa cujo fundador, militante nazista, terminava os ofícios da empresa com um vistoso "Heil Hitler!".</span></div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="mailto:ruynogueira@uol.com.br">ruynogueira@uol.com.br</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com